Em um cenário em que a desigualdade no controle das plataformas de mídia social está cada vez mais evidente, a Lens, uma empresa de mídia social descentralizada, está surfando na onda das inovações ao tentar se destacar em um mercado dominado por gigantes como Facebook e a antiga Twitter, agora sob a direção de Elon Musk. Recentemente, a Lens anunciou uma nova versão de sua plataforma, que promete transformar a maneira como as informações são compartilhadas e consumidas na era digital. Através de sua nova versão, a Lens busca não apenas atrair um número crescente de usuários, mas também reimaginar a participação ativa das comunidades na criação de conteúdo.
Fundada em 2022 pelos criadores da Aave, uma gigante em finanças descentralizadas (DeFi), a Lens lançou sua terceira versão que já conta com a participação de cerca de 550.000 usuários. Essa plataforma foi idealizada com o objetivo de devolver o controle da identidade social aos usuários, possibilitando que mantenham posse de seus dados, redes de contatos e interações. A novidade vem em um momento crucial, considerando o atual cenário das redes sociais experimentadas sob o controle centralizado, o que tem gerado preocupações em relação à imparcialidade das informações disseminadas, especialmente em tempos de eleições.
A recente performance do Bitcoin também lança uma luz sobre o potencial de crescimento da Lens. Em meio a um recorde de 1,38 bilhões de dólares em influxos de ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos, impulsionados pela vitória de Donald Trump e pela expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, muitos veem uma melhor aceitação das criptomoedas e das soluções descentralizadas. A movimentação no mercado de criptomoedas sugere um crescente interesse dos consumidores por alternativas a um sistema econômico tradicional, reforçando a relevância de iniciativas como a da Lens.
Stani Kulechov, fundador da Lens, acredita que a recente eleição pode gerar um aumento nas atividades da plataforma. Ele afirmou que, apesar de uma expectativa de crescimento, os verdadeiros picos devem ocorrer no nível das aplicações, conforme mais funcionalidades são desenvolvidas sobre a tecnologia blockchain da Lens. Kulechov destacou o uso do conceito de composabilidade, uma técnica que utiliza blocos de construção semelhantes a Lego para adicionar Recursos e se conectar com outros aplicativos dentro do espaço blockchain.
Dentre as novas ferramentas introduzidas, a Lens trouxe feeds de informação e grupos de conteúdo curado, permitindo que os usuários criem organizações autônomas descentralizadas (DAOs). Essa flexibilidade em termos de identidade e verificação assegura que o crescente viés impulsionado por inteligência artificial possa ser mitigado. “As eleições mostraram que as pessoas consomem algoritmos que são praticamente impostos a elas, e há pouquíssima escolha do usuário. Quer com feeds ou algum outro tipo de solução, os usuários devem ser capazes de escolher seu algoritmo e ter a possibilidade de mudar isso conscientemente”, afirmou Kulechov em entrevista recente.
Em conclusão, a Lens se posiciona como um fator disruptivo no mercado de redes sociais, ao propor uma alternativa baseada em blockchain que pode potencialmente redefinir a interação online e devolver aos usuários um nível muito mais significativo de controle e autonomia. Em tempos em que as mídias sociais tradicionais enfrentam crises de confiança e preocupações com a privacidade, iniciativas dessa natureza revelam-se essenciais para promover uma nova era de compartilhamento de informações, democratizando a comunicação e valorizando a colaboração mútua. O futuro da Lens parece promissor, com expectativas de inovação constante e a capacidade de atrair um público que busca por liberdade de expressão em plataformas digitais.