Visão emocionada sobre a carreira e a perda de um amigo próximo no BFI London Film Festival

No recente BFI London Film Festival, Lupita Nyong’o compartilhou sua experiência como atriz envolvida em filmes de terror, ao mesmo tempo em que lidava com o luto devido à perda de Chadwick Boseman. A atriz, conhecida por suas performances em produções como “12 Anos de Escravidão” e “Pantera Negra”, revelou que não assistiu ao filme que fez ao lado de Boseman desde sua morte em 2020, algo que a deixou extremamente emocionada durante a apresentação. Nyong’o manifestou que a dor que sente é uma expressão do amor que tinha pelo amigo e que, embora não haja um lugar específico para esse sentimento, ela o vive intensamente.

Durante uma sessão de conversas sobre sua nova animação “The Wild Robot”, Lupita foi tomada pela emoção ao ver um clipe dela e de Boseman. Ela mencionou como suas lembranças são indissociáveis do amor que sentia por ele. “A dor é o amor, e não há lugar para colocá-la”, destacou a atriz, reafirmando que não pretendia se afastar dos sentimentos que a conectam a esse passado. A expressão de sua tristeza é um testemunho da profundidade do relacionamento que compartilhou com Boseman, que faleceu jovem, aos 43 anos, em decorrência de complicações relacionadas ao câncer colorretal.

O impacto cultural de “Pantera Negra” e sua continuidade no cinema

Nyong’o também se lembrou da recepção excepcional que “Pantera Negra” teve desde seu lançamento. Ela relatou como as expectativas da equipe superaram os receios iniciais, especialmente considerando as novidades que o filme trouxe para a representação africana no cinema mainstream. A atriz enfatizou que o sucesso do longa ajudou a desmentir uma narrativa anterior da indústria que afirmava que filmes protagonizados por atores negros não tinham apelo comercial. De acordo com Nyong’o, o impacto cultural de “Pantera Negra” transcendia os limites do cinema, envolvendo questões de identidade, pertencimento e a necessidade de representação.

Após a conversa sobre suas experiências de luto e recordação, o tópico migrou para o envolvimento de Lupita em filmes de terror, como “Little Monsters” e “Us”. Em suas palavras, a atriz confessou que o gênero do terror lhe oferece uma grande liberdade criativa. Na sua visão, os filmes de horror proporcionam um espaço único para explorar emoções reprimidas como medo e ansiedade. A experiência atuando nesses filmes a trouxe uma satisfação que a leva a preferir o papel de “causadora do medo” em vez de ser a vítima. “Prefiro fazer o susto do que ser o assustado”, afirmou.

Reflexões sobre carreira e a pressão da fama após o Oscar

Durante o evento, Lupita disse que, desde sua vitória no Oscar em 2014, sente uma pressão significativa relacionada à expectativa da indústria cinematográfica e os desafios que surgem após um reconhecimento tão grande. Ela relembrou como se sentiu ouvindo as histórias de outros atores sobre a luta para encontrar o próximo papel. “Esse era o auge da carreira de muitas pessoas. Onde eu deveria ir a partir daqui?” questionou Lupita, ao se recordar da transformação que sua vida passou após receber o prêmio.

Outro ponto importante abordado foi o papel que Emma Thompson teve em sua vida. Durante a gravação de “Star Wars: O Despertar da Força”, Lupita expressou suas inseguranças a Thompson, que, em resposta, aconselhou-a a permanecer fiel à sua paixão pela atuação teatral. A orientação da atriz veterana foi crucial para que Lupita se sentisse motivada a retornar ao teatro, reforçando a necessidade de manter sua conexão com o ofício que tanto ama, mesmo diante das demandas da indústria cinematográfica.

O festival, que se estendeu de 9 a 20 de outubro, se tornou uma plataforma relevante não apenas para discussões sobre cinema, mas também sobre as complexidades da vida emocional e das relações interpessoais. A vulnerabilidade de Lupita Nyong’o e sua habilidade de articular tanto a dor da perda quanto a celebração da arte refletem um compromisso profundo com seu trabalho e uma conexão com aqueles que deixou para trás, como Chadwick Boseman.

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