O cenário de restaurantes nos Estados Unidos está passando por uma transformação significativa, marcada pelo fechamento de tradicionais cadeias de restaurantes como Red Lobster e TGI Fridays. Com mais de 175 estabelecimentos encerrando suas atividades, surge uma pergunta intrigante: o que irá ocupar esses espaços agora vagos? O que antes era sinônimo de refeições familiares e jantares especiais, agora se torna uma mina de oportunidades para novas empresas, especialmente as que operam no ramo da comida rápida. Este movimento, que pode parecer preocupante à primeira vista, reflete uma mudança nas preferências dos consumidores e nas demandas do mercado.
Recentemente, na cidade de Woodbridge, Virgínia, um antigo TGI Fridays dará lugar ao LongHorn Steakhouse, enquanto em Watertown, Nova York, o espaço antes ocupado pelo Red Lobster se transformará em um banco Northern Credit Union. Na Flórida, em Naples, será a vez do Chick-fil-A se instalar no prédio que anteriormente abrigava o Red Lobster. Esses deslocamentos destacam uma tendência crescente em que cadeias de fast food estão substituindo restaurantes em decadência, aproveitando o que costumava ser um modelo de serviço completo.
As falências de cadeias estabelecidas como Red Lobster e TGI Fridays, impulsionadas por uma gestão ineficiente e mudanças nas preferências do consumidor, trouxeram à tona uma verdadeira ‘corrida do ouro’ imobiliária. O fechamento de mais de 150 restaurantes por Denny’s também se junta a essa lista preocupante. De acordo com especialistas do setor, durante a pandemia, o público que anteriormente frequentava esses estabelecimentos procurou alternativas mais acessíveis, em grande parte devido à pressão econômica crescente sobre clientes de baixa e média renda. Essas mudanças nas dinâmicas do mercado têm levado um número considerável de clientes a optar por cozinhar em casa ou consumir alimentos em cadeias de fast food e ‘fast casual’, onde opções como Chick-fil-A e Chipotle se mostram mais lucrativas em comparação com o formato tradicional de serviço à mesa.
Segundo declarações de Kelli Valade, CEO da Denny’s, o segmento de refeições familiares foi o mais impactado após a pandemia, com uma redução de 0,5% no tráfego de clientes em restaurantes de serviço completo, em contraste com um aumento de 3,2% em restaurantes ‘fast casual’ e 0,6% em ‘fast food’, conforme apontam dados da Placer.ai. Essa mudança não deve abrir espaço apenas para novos negócios, mas também representa a busca por espaços que possam atender a demandas contemporâneas.
Os proprietários destes imóveis estão atentos ao cenário do mercado e estão prontos para substituir rapidamente os antigos inquilinos por operadores que tragam aluguéis mais altos e um fluxo constante de clientes. A busca por um novo inquilino torna-se então uma prioridade, e muitos proprietários aproveitam a oportunidade de modernizar e revitalizar as áreas comerciais adjacentes a essas antigas cadeias de restaurantes.
transformação do espaço: restaurantes em extinção para drive-thru’s em expansão
Historicamente, o processo de substituição de um restaurante era feito por outra cadeia tradicional, que oferecia mesas e um serviço completo. Entretanto, o que se observa agora é uma clara tendência voltada para a instalação de lanchonetes e restaurantes ‘fast casual’ que priorizam a criação de faixas de drive-thru. Uma ação ilustrativa é a abertura de 4.000 novos pontos de venda pelo Chipotle, muitos dos quais incluirão faixas de drive-thru, enquanto o Chick-fil-A também está implementando novas lojas que contam com faixas de drive-thru em quatro pistas, visando otimizar suas operações e serviços de entrega. Isso passa pela busca por espaços que exigem menos pessoal e infraestrutura, reflexos diretos de objetivos de redução de custos operacionais.
Com uma taxa de vacância da indústria de varejo nos EUA em apenas 4,1%, a demanda por espaços comerciais está em alta, enquanto a oferta é cada vez mais escassa. As taxas de juros mais altas, juntamente com os custos crescentes de mão-de-obra e construção, resultaram em uma escassez percebida no mercado. Recentemente, completou-se um dos períodos mais baixos de construção nos últimos 10 anos, segundo dados da CBRE, uma influente empresa de consultoria imobiliária.
Esse fenômeno se intensifica pelo fato de que muitos desses antigos restaurantes estão localizados em áreas de grande movimentação, o que os transforma em pontos de grande atratividade para novos inquilinos. Os proprietários também estão em busca de inquilinos que possam ocupar espaços que há muito estavam fora do mercado, abrindo um leque de novas oportunidades que não existiam há 20 ou 30 anos.
Essa transição não se limita apenas a grandes cadeias de fast food, mas também inclui o crescimento de restaurantes menores, que buscam expandir e ocupar espaços anteriormente pertencentes a redes de refeições rápidas. O operador de steakhouse brasileiro Fogo De Chao e a cadeia de cafés de café da manhã First Watch estão se destacando em seus respectivos planos de expansão, com a First Watch inaugurando 13 restaurantes em localidades anteriormente ocupadas por outros restaurantes, muitos dos quais estão se tornando os mais lucrativos do portfólio da empresa.
A ênfase crescente em espaços que podem gerar um fluxo significativo e a demanda existente para atender a essas necessidades só deve aumentar à medida que o mercado continuar a eclodir em novas direções. Se, em meio ao fechamento de cadeias tradicionais, uma nova era de inovações comerciais começa a se desenhar, ela certamente marcará uma fase de adaptações e novas oportunidades nos próximos anos no cenário gastronômico dos Estados Unidos.
Se você é um amante das delícias gastronômicas e adora novidades, fique atento! O lendário fast-food pode ter sido apenas o capítulo inicial de uma nova história. Em uma cena cheia de reviravoltas, o consumidor acaba de ganhar um novo menu de opções que com certeza irá provocar paladares e criar uma nova dinâmica nos velhos espaços que foram deixados para trás. E quem sabe, talvez se você der sorte, em breve sua nova refeição predileta esteja apenas a alguns quarteirões de distância.
atrações dos espaços comerciais vagos e novas perspectivas para o futuro
A combinação da baixa taxa de vacância, crescente demanda e a dificuldade em encontrar novos espaços para estabelecimentos tornam a reabertura desses antigos espaços mais atraentes do que nunca. A opção de ocupar imóveis a pé em vez de desenvolvê-los do zero apresenta uma vantagem competitiva que não pode ser ignorada. À medida que a paisagem do mercado evolui e novos padrões de consumo emergem, age-se não só pela sobrevivência, mas pela inovação que se traduzirá em uma nova era de opções para consumidores que buscam adaptabilidade.
As conversões de antigos restaurantes em novas operações comerciais podem muito bem representar um ciclo de renascimento para um cenário que está se reconfigurando. De acordo com tendências emergentes, o espaço que ficou vazio pode se transformar em uma nova cena de entretenimento, um refúgio gastronômico que promete levar os clientes a uma experiência única, repleta de sabor e inovação, ao passo que a nova geração de estabelecimentos se estabelece. O futuro é prometedor, e os olhares agora estão todos voltados para o que virá a seguir nas esquinas da cidade.