Andras Hamori, um destacado produtor de cinema e televisão húngaro, faleceu no dia 2 de setembro, em Budapeste, aos 71 anos, após enfrentar uma longa doença que o impediu de trabalhar nos últimos anos. Hamori é amplamente reconhecido por seus projetos cinematográficos impactantes, incluindo The Sweet Hereafter, Sunshine e eXistenZ. O anúncio da sua morte foi feito pela amiga Mia Taylor, que ressaltou a sua contribuição inestimável ao mundo do cinema.
Hamori começou sua carreira em Toronto, onde era parceiro na Alliance Entertainment. Ele cultivou sua habilidade como produtor ao orientar diversos filmes, incluindo o clássico de terror cult The Gate (1987), que marcou a estreia de Stephen Dorff em um papel importante, assim como o filme Houdini, minimizado pela History Channel em 2014, estrelando Adrien Brody. Muitos o descrevem como uma pessoa de grande talento, que sempre esteve à frente das inovações cinematográficas.
Nascido em 17 de julho de 1953, em Budapeste, Hamori era o único filho de Sandor e Zsuzsa, um casal judeu que sobreviveu à ocupação nazista na Hungria. Ele começou como crítico de cinema e, durante a década de 1970, produziu vários curtas-metragens. Entretanto, sua verdadeira ambição sempre foi ser um produtor de filmes. Incentivado pelo renomado diretor de teatro húngaro-canadense John Hirsch, Hamori decidiu emigrar para Toronto, onde fez sua transição para a produção cinematográfica.
Em Toronto, trabalhou com Robert Lantos, outro húngaro, e passou a ser um parceiro da Alliance. Depois, mudou-se para Los Angeles, onde fundou a H2O Motion Pictures e continuou a produzir filmes em sua terra natal, retornando a Hungria como um respeitado produtor. Sua carreira inclui contribuições significativas em projetos como The Magic Hunter (1994), Morvern Callar (2002), Max (2002), Owning Mahowny (2003), Fateless (2005), Fugitive Pieces (2007), além de Formula 51 (2001) e The Samaritan (2012), ambas estreladas por Samuel L. Jackson.
Um dos filmes mais notáveis na filmografia de Hamori, The Sweet Hereafter, lançado em 1997, recebeu duas indicações ao Oscar, destacando-se por sua narrativa emocionante sobre um trágico acidente de ônibus escolar em uma pequena cidade canadense, que resultou na morte de 14 crianças. Outro projeto de destaque foi Sunshine (1999), que contou a história de gerações de uma família judia ambientada no contexto da história da Hungria. Este filme, estrelado por Ralph Fiennes, foi indicado a três Globos de Ouro e recebeu o prêmio Genie de melhor filme no Canadá.
Após colaborar com David Cronenberg em Crash (1996), Hamori novamente se uniu ao icônico cineasta na realização de eXistenZ (1999), que apresentava Jennifer Jason Leigh em um papel intrigante de uma mulher presa em um jogo de vídeo mortal que ela mesmo criou.
O legado de Andras Hamori na indústria cinematográfica será sempre lembrado e admirado, não apenas por seus filmes, mas também pela inspiração que ele proporcionou a outros cineastas. Deixa para trás seus filhos, Chloe, Ben e Jake, que continuarão a honrar sua memória e a história rica que ele ajudou a contar através do cinema.