Despertar para a dependência das redes sociais: uma reflexão pessoal transformadora
Keegan Lee, uma estudante do segundo ano da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, teve sua vida transformada de forma significativa ao tomar consciência de sua dependência das redes sociais. Com apenas dezesseis anos, a jovem se viu consumida por seu telefone, passando aproximadamente seis horas por dia checando aplicativos como Snapchat, TikTok e Instagram, a ponto de não conseguir se separar do dispositivo, mesmo durante atividades cotidianas como correr. Em um relato sobre suas experiências, Keegan afirmou: “Era tudo consumista. Eu não podia perder uma notificação e tinha dificuldade em me desconectar.” Esta trajetória, marcada por um inquietante reconhecimento, a levou a tomar uma decisão drástica: desligar seu dispositivo e se desconectar do mundo virtual.
A experiência de desconexão e seu impacto positivo na vida de Keegan
Determinada a mudar sua relação com a tecnologia, Keegan parou de usar o telefone por uma semana e, surpreendentemente, descobriu uma série de experiências e sensações antes desconhecidas. “Eu passei por muitas coisas bonitas,” ela relembra. Agora com 19 anos e residente em Burlington, Carolina do Norte, Lee é uma das pessoas homenageadas pela revista PEOPLE como parte da iniciativa ‘Girls Changing the World 2024′. Neste período de desconexão, ela começou a explorar atividades mais lentas e gratificantes, como a leitura de livros, a escrita de cartas e a conexão com as pessoas ao seu redor. Keegan percebeu que essas interações traziam uma satisfação duradoura, muito além da efemeridade proporcionada por um vídeo do TikTok. Essa nova perspectiva a motivou a permanecer offline por mais 60 dias, e durante esse tempo, ela documentou suas experiências em um diário, compartilhado com o Dr. Bilal Ghandour, psicólogo da Elon University. O resultado dessa colaboração foi o livro ’60 Days of Disconnect: A Personal Perspective of How Social Media Affects Mental Health’, que explora os efeitos das redes sociais sobre a saúde mental.
Atuação na sensibilização acerca do uso saudável das redes sociais
A partir dessas experiências, Keegan Lee se tornou uma defensora dos efeitos negativos e positivos das redes sociais, atuando como membro do conselho juvenil da organização sem fins lucrativos Mental Health America. Além disso, ocupa o cargo de diretora de bem-estar do Log Off Movement, onde tem trabalhado arduamente para educar tanto crianças quanto adultos sobre a importância de um uso consciente da tecnologia. Ela se apresenta em escolas de ensino médio e fundamental, levantando a consciência sobre esses temas e oferecendo orientações práticas. Em sua busca por ajudar os outros, Keegan também elaborou um curso para pais e educadores, destinado a ensinar hábitos saudáveis de convivência digital às crianças. Ao compartilhar sua própria jornada, ela Expressa: “Embora possamos ter relacionamentos significativos online, são as interações físicas e tangíveis que trazem a maior satisfação.”
A importância das interações pessoais na era digital
Keegan Lee não parou de usar redes sociais completamente, mas sim, optou por fazê-lo de forma seletiva e moderada. Ela reflete sobre a profundidade das interações humanas, questionando como descrever a calorosidade de um abraço, a importância de um olhar significante e o impacto da entonação da voz de outra pessoa. “Todos esses elementos são proporcionados pela beleza das interações face a face”, argumenta Keegan. “Não experimentar isso devido à dependência digital é perder a sacralidade da experiência humana. Eu quero ser uma inspiração para os outros.” Com uma trajetória de desconexão e empoderamento, Keegan Lee exemplifica a necessidade de equilibrar a vida digital com experiências reais que nutrem a essência do ser humano. Sua história é um convite à reflexão sobre como a tecnologia, em sua maioria, influencia nossas relações e a maneira como vivemos a vida.