O renomado jornal The Guardian anunciou que irá interromper suas postagens na plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter. Em um comunicado publicado na manhã de quarta-feira (horário do Reino Unido), a equipe do jornal explicou que os efeitos negativos de estar presente na plataforma superam os benefícios, enfatizando que os recursos poderiam ser melhor utilizados na promoção de seu jornalismo em outras plataformas. A decisão reflete uma preocupação crescente com o ambiente de conteúdo que predominou na plataforma sob a gestão de Elon Musk.

O Press Gazette noticiou que tanto The Guardian quanto sua afiliada Observer gerenciavam mais de 40 contas ativas no X, somando um total de mais de 20 milhões de seguidores, cativando um amplo público que agora se vê diante da mudança. Apesar da saída, o The Guardian assegurou que os usuários ainda poderão compartilhar seus artigos na plataforma, e que, devido à natureza do reportar notícias ao vivo, ocasionalmente irão incorporar conteúdo do X em suas páginas.

Em sua declaração, o The Guardian indicou que a decisão estava sendo considerada há algum tempo, especialmente devido ao conteúdo frequentemente perturbador promovido ou encontrado na plataforma, que incluía teorias da conspiração e manifestações de racismo. A crescente tensão política, especialmente durante as campanhas para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, apenas reforçou essa percepção, levando o jornal a afirmar que a plataforma tem se tornado um “espaço tóxico para a mídia”.

Com a aquisição de Twitter por Musk, que é conhecido por sua defesa de uma liberdade de expressão irrestrita, houve uma drástica redução nas equipes de moderação de conteúdo e um consequente aumento em atividades indesejadas, incluindo bots, racismo, misoginia, assédio e desinformação. Estas condições fazem com que a reputação do X tenha enfrentado bastante desgaste, fazendo com que muitos anunciantes abandonassem a plataforma em busca de ambientes mais seguros para suas campanhas publicitárias. Relatos indicam que a rede social agora vale apenas cerca de 9,4 bilhões de dólares, uma diminuição significativa em relação ao seu apogeu.

A decisão do The Guardian encontra eco em outras ações de veículos de mídia que têm se afastado do X, enquanto plataformas rivais, como Bluesky, estão atraindo mais usuários, com relatos indicando um crescimento de 1 milhão de novos usuários em uma única semana. No entanto, a situação do X não deve ser encarada como uma fatalidade; veículos como The Verge e The Information estão intensificando suas postagens na rede e, assim, o ciclo de vida do X pode ainda ter novas reviravoltas.

O futuro das redes sociais e da mídia digital permanece incerto, com debates acirrados sobre a liberdade de expressão, a responsabilidade das plataformas e o papel que jornalistas e veículos de notícias devem desempenhar em um ambiente de conteúdo cada vez mais complexo e, muitas vezes, tóxico. Assim, a junta do The Guardian finaliza sua declaração destacando que, embora a decisão de se afastar do X tenha sido difícil, a prioridade continua sendo fornecer um jornalismo de qualidade para seus leitores, o que deve sempre estar acima de qualquer plataforma e seus desafios únicos.

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