O mundo da música jazz perde uma de suas figuras mais proeminentes com a morte de Roy Haynes, que faleceu aos 99 anos de idade. Nascido em Boston em 13 de março de 1925, Haynes foi um dos bateristas mais influentes da história do jazz, deixando uma marca indelével em centenas de gravações e apresentações ao longo de sua longa e frutífera carreira. Sua morte, que ocorreu em Nassau County, Nova York, foi anunciada por sua filha, Leslie Haynes-Gilmore, em uma entrevista publicada pelo New York Times, na qual ela mencionou que ele faleceu após uma breve doença.

Haynes foi lembrado por seu filho, Craig Holiday Haynes, que fez uma postagem emocionada no Facebook, agradecendo ao pai por sua “descolagem” e desejando-lhe paz. Este tributo de um filho reflete não apenas a relação familiar, mas também a conexão que Haynes tinha com seus amigos e a comunidade musical.

Haynes começou sua trajetória musical em 1942 e, apesar de ser em grande parte autodidata, rapidamente se destacou pela sua excepcional habilidade com a bateria. Ele teve a sorte de trabalhar com alguns dos maiores nomes do jazz, como Miles Davis, Charlie Parker e John Coltrane, além de liderar suas próprias bandas. Suas contribuições foram reconhecidas e celebradas por críticos e colegas ao longo de décadas, reafirmando sua posição como uma referência no gênero, mesmo que frequentemente a figura do baterista permaneça nas sombras dos grandes solistas.

Conhecido por sua roupa elegante e seu amor por carros velozes, Haynes também compartilhava histórias sobre suas experiências com outros músicos, como as corridas de carro com Miles Davis pelas ruas do Central Park, em um tempo considerado “descolado e selvagem”. Ele frequentemente convidava seus fãs e admiradores a vislumbrar não apenas a música, mas também o estilo de vida vibrante que o acompanhava.

Haynes também era conhecido por ter recusado a oferta para se juntar à renomada banda de Duke Ellington, preferindo seguir seu próprio caminho musical. Essa decisão, embora audaciosa, destaca sua determinação e visão artística, algo que o distinguiu na indústria. Em uma entrevista, Haynes recordou humoristicamente como Duke nunca deixou que ele se esquecesse da oferta feita, relembrando-o frequentemente sobre a escolha que fez.

Ao longo de sua carreira, Roy Haynes foi agraciado com dois prêmios Grammy, além de receber oito indicações ao longo dos anos, um testemunho da sua excelência e inovação musical. Seu legado vai muito além das prateleiras das lojas de discos; ele continua a inspirar novas gerações de músicos e apreciadores do jazz pelo mundo afora. A indiscutível habilidade e a paixão que ele trouxe para sua arte são um exemplo a ser seguido por todos que desejam adentrar esse universo rítmico e sofisticado.

A morte de Roy Haynes deixa uma lacuna no cenário musical, mas seu impacto duradouro reverbera em cada batida e em cada melodia que ele ajudou a criar. Como um dos pilares do jazz contemporâneo, Haynes é lembrado não apenas por sua maestria nas baquetas, mas também por sua capacidade de conectar pessoas pela música, tornando cada performance um evento memorável. Que sua vida e obra inspirem muitos, e que a batida que ele criou nunca deixe de ressoar em nossos corações.

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