Nesta semana, a Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão (BAFTA) anunciou uma importante mudança em seu regulamento, que permitirá a revogação de prêmios por comportamentos criminosos que resultem em condenações com pena de prisão. Esta nova medida começará a ser aplicada a partir de 2025, refletindo a necessidade de responsabilidade moral e ética dentro da indústria cinematográfica e televisiva.
Sara Putt, a presidente da BAFTA, revelou a nova “processo de perda” durante uma comunhão com os membros da Academia, onde enfatizou a importância do que ela chamou de um “processo de revisão” após episódios recentes que levantaram questões morais e éticas na indústria. Um caso particularmente impactante foi o do ex-apresentador da BBC, Huw Edwards, que se declarou culpado de crimes relacionados a imagens indecentes de crianças.
Em sua comunicação, Putt comentou que, “no início deste ano, ficamos chocados com as notícias sobre a prisão e subsequente condenação do ex-noticiarista Huw Edwards por crimes contra a infância”, e continuou a destacar que “ele ganhou sete prêmios BAFTA Cymru entre 2002 e 2017.” Esse escândalo trouxe à tona questões profundas acerca da legitimidade de prêmios passados e se deveriam ser removidos à luz de novas informações sobre o comportamento de seus recipientes.
Durante a reunião, a presidente ressaltou que outras organizações de prêmios também estão enfrentando dilemas similares e que a BAFTA não é exclusivista nesse tipo de consideração. Como resultado das discussões e análises, a BAFTA agora estabelece que prêmios concedidos podem ser revistos e, em casos excepcionais, revogados, se o vencedor for condenado por um crime grave, que resulte em pena de prisão, ou se as circunstâncias de “desonestidade comprovada” forem reveladas.
Além disso, ela garantiu que a alteração nas regras será realizada com um propósito claro e transparente, informando que “a partir de 2025, um processo formal de perda será implementado em nossos regulamentos de prêmios, com diretrizes específicas sobre o que poderia levar à consideração de revogação de um prêmio competitivo.” Putt também detalhou que as distinções honorárias, como as Bolsas e Prêmios de Contribuição Especial, também podem ser revogadas, já que são concedidas pela Academia e não “ganhas” em competição.
O processo de revisão chegou a uma conclusão que enfatiza a necessidade de clareza nas regras para os candidatos em relação à elegibilidade e à integridade dos prêmios. “Pensamos cuidadosamente sobre aplicar esses critérios aos vencedores passados, mas concordamos que seria impossível fazê-lo de maneira justa”, lamentou Putt. Ela também fez questão de esclarecer que a partir de 2025, o futuro deverá ser claro e que a BAFTA trabalhará para assegurar que os cálculos feitos com relação a prêmios apresentados sejam justos, claros e consistentes.
Em conclusão, a BAFTA pretende não apenas reavaliar suas práticas, mas também, e mais importante, garantir que os valores da integridade e responsabilidade moral permeiem a decisão de recompensar os membros da indústria. “Nenhuma solução é perfeita e pode haver ocasiões em que o resultado desta revisão seja desafiado no futuro”, finalizou Putt. “Por isso, iremos revisar estes princípios e processos junto com nossas outras regras de prêmios a cada ano.” Esta nova abordagem da BAFTA pode mudar a forma como prêmios do passado são percebidos e incentivará as pessoas a refletirem profundamente sobre o impacto de suas ações tanto na vida pessoal quanto na carreira profissional.