O tão aguardado projeto de “Crazy Rich Asians 2” tem recebido notícias desanimadoras, levantando questionamentos sobre o futuro dessa sequência que prometia dar continuidade ao sucesso estrondoso de seu predecessor. O filme de 2018, baseado na obra do autor Kevin Kwan, não apenas conquistou o público, mas também teve um desempenho notável nas bilheteiras, arrecadando cerca de 239 milhões de dólares em relação a um orçamento de apenas 30 milhões de dólares. Este sucesso comercial foi acompanhado de perto por uma recepção crítica calorosa, resultando em duas indicações ao Globo de Ouro. Uma sequência parecia, portanto, estar garantida; no entanto, os avanços no desenvolvimento já se mostrem lentos e repletos de desafios.

A ideia de adaptar o segundo livro da trilogia de Kwan, intitulado “China Rich Girlfriend”, foi anunciada em 2018. Contudo, o processo de desenvolvimento enfrentou dificuldades significativas. Recentemente, durante uma entrevista com o renomado diretor Jon M. Chu, realizada pelo Hollywood Reporter, novas informações sobre a sequência foram reveladas. Chu, que estava promovendo seu próximo filme, “Wicked”, expressou seu desejo de que o roteiro da sequência tenha mais urgência e seja considerado melhor, reconhecendo que ainda não chegaram a esse estágio criativo. Ele abordou a complexidade da narrativa, enfatizando que a adaptação do livro exige muitas adaptações e reestruturações, o que o leva a hesitar em reunir o elenco até que uma história sólida esteja pronto.

Jon M. Chu foi claro ao afirmar: “Prometi ao elenco que não os traria de volta a menos que tivéssemos um roteiro melhor.” Ele observou que, embora muitos possam assumir que o segundo livro deve se encaixar diretamente no sucesso do primeiro filme, essa ideia é simplista. “Há muitas mudanças arquitetônicas envolvidas, não é uma tradução direta”, explicou o diretor. A complexidade da história e a introdução de novos personagens que não foram bem desenvolvidos no filme original tornam a tarefa ainda mais desafiadora. De acordo com Chu, mesmo as versões anteriores que foram trabalhadas não deram certo, colocando uma alta expectativa sobre todos os envolvidos no projeto.

Outro aspecto que não pode ser ignorado é o envolvimento da roteirista original, Adele Lim. Sua saída do projeto, em 2019, após não receber uma compensação justa em comparação com seu coautor, Peter Chiarelli, foi um evento controverso que pode ter impactado o andamento do filme. Desde então, Amy Wang foi trazida para substituir Lim em 2022, mas a continuidade e a coesão do desenvolvimento da narrativa permearam a produção. Com as interrupções da pandemia de COVID-19 e as recentes greves de roteiristas e atores de 2023, os desafios aumentaram em um cenário já complicado.

Embora as mensagens de Chu sugiram que a sequência de “Crazy Rich Asians” ainda possa se concretizar, o fato de que o roteiro ainda não esteja definido, juntamente com o anúncio recente de um spin-off televisivo da franquia, faz com que os fãs considerem a possibilidade de que o filme não se materializará, pelo menos não com a mesma equipe criativa. Além disso, Chu tem uma agenda atarefada, com diversos projetos em andamento, incluindo os dois filmes de “Wicked”. Os membros do elenco também estão envolvidos em outras produções, sendo que Michelle Yeoh, em particular, está vivendo um momento de grande destaque após vencer o Oscar por sua atuação em “Everything Everywhere All At Once”.

Portanto, a dúvida persiste: “Crazy Rich Asians 2” realmente merece ver a luz do dia? Em uma análise mais profunda, pode ser que a melhor opção seja não produzir a sequência. Um dos principais problemas já enfrentados é o envelhecimento do elenco, que pode levar a desafios de continuidade entre os filmes. Além disso, a trama de “China Rich Girlfriend” foca em personagens que não receberam o mesmo nível de desenvolvimento no primeiro filme. Adicionalmente, o desfecho do primeiro filme proporciona uma conclusão satisfatória, enquanto o romance original se deixa em aberto, o que poderia justificar uma abordagem mais independente para a série de filmes. Em última análise, pode ser que o desejo de preservar a aura do primeiro filme seja mais valioso do que arriscar uma sequência que poderia não atender às expectativas dos fãs.

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