Em uma recente e emocionante atualização, as autoridades militares anunciaram que os restos mortais de um aviador de Massachusetts, que perdeu a vida enquanto estava sob custódia de prisioneiro de guerra durante a Segunda Guerra Mundial, foram finalmente identificados. Essa revelação, que ocorre 82 anos após sua morte, traz um fechamento significativo para a família e para a comunidade, revivendo memórias de uma época marcada por conflitos e tragédias. O aviador, chamado Bernard J. Calvi, era um jovem de apenas 23 anos e membro da 17ª Esquadrão de Caça, parte do 24º Grupo de Caça, que se destacou nas Filipinas durante a invasão japonesa em dezembro de 1941.
Durante a invasão, a situação nas Filipinas rapidamente se deteriorou. O intenso combate culminou na rendição da península de Bataan e da Ilha Corregidor na primavera de 1942, levando à captura de milhares de soldados americanos e filipinos. Calvi, entre os capturados, enfrentou o aterrador Marcha da Morte de Bataan, uma caminhada extenuante de 65 milhas, onde os prisioneiros eram submetidos a condições brutais, resultando na morte de muitos deles. Calvi acabou sendo aprisionado em um campo onde se estima que cerca de 2.500 prisioneiros perderam a vida ao longo do conflito.
De acordo com os registros históricos, Calvi faleceu no dia 16 de julho de 1942, poucos meses após a rendição. Os documentos indicaram que ele foi enterrado em uma cova comum, conhecida como Cova Comum 316. Após o término da guerra, os restos mortais de Calvi e de outros foram exumados pelo Serviço de Registro de Cemitério Americano e enviados a um mausoléu temporário em Manilla, capital das Filipinas. Em 1947, a equipe identificou parcialmente os restos, mas 17 conjuntos, incluindo os de Calvi, foram considerados não identificáveis e enterrados no Cemitério e Memorial Americano de Manila como Desconhecidos.
Calvi, junto com outros soldados declarados mortos, teve seu nome gravado nas Paredes dos Desaparecidos do cemitério, imortalizando sua memória em um local onde muitos ainda vão prestar suas homenagens. A busca por justiça e identificação dos soldados desconhecidos ganhou novo impulso em abril de 2019, quando a DPAA começou a investigar as 17 ossadas que restavam de Cova Comum 316. Técnicas avançadas de análise, incluindo exames dentários, análises antropológicas e testes de DNA, foram aplicadas até que, em 16 de setembro de 2024, os cientistas finalmente identificaram os restos como sendo de Calvi.
A vida de Calvi antes do militarismo não era nada menos que impressionante. Ele se destacou como atleta em sua escola de Massachusetts, jogando baseball e futebol no time varsity, ganhando respeito e admiração entre seus colegas. Mesmo após sofrer ferimentos em combate, sua determinação o levou a retornar ao dever ativo depois de se recuperar em um hospital nas Filipinas. Calvi deixa para trás sua família, que inclui seus pais, irmãos, tios, tias e um sobrinho, todos os quais agora podem ter finalmente um momento de paz e lembrança por sua perda trágica.
Em uma demonstração de honorabilidade e respeito, os restos de Bernard J. Calvi serão sepultados em sua cidade natal, North Adams, Massachusetts, no dia 9 de dezembro de 2024. Para marcar esta restituição simbólica, uma roseta será colocada ao lado de seu nome nas Paredes dos Desaparecidos, sinalizando que ele foi finalmente trazido de volta para casa, não apenas fisicamente, mas também na memória e nos corações de todos que o amavam. Ao celebrar a vida de Calvi e todos os outros que serviram e sacrificaram tanto, reafirmamos o nosso compromisso com a lembrança das suas histórias, a importância da paz e o profundo respeito que devemos a todos os que enfrentaram as adversidades da guerra.