[A história contém grandes spoilers da primeira temporada de Bad Sisters e dos dois primeiros episódios da segunda temporada]
Após o sucesso estrondoso da primeira temporada de Bad Sisters na Apple TV+, a criadora e protagonista Sharon Horgan enfrentou o desafio de encontrar uma narrativa nova que mantivesse os espectadores engajados. Na temporada anterior, quatro das cinco irmãs Garvey elaboraram planos diferentes para eliminar John Paul (Claes Bang), o marido abusivo de sua irmã Grace (Anne-Marie Duff), apenas para que a morte dele ocorresse pelas mãos de Grace. Com o vilão eliminado, Horgan buscava garantir que a segunda temporada preservasse a mesma energia e forte conexão emocional com o público.
“[Eu estava] pensando em como dar a todos o mesmo nível de entretenimento e narrativa e emoção, realmente. Como fazer com que parecesse a primeira temporada, mas completamente diferente também. Manter o DNA do programa, mas fazer algo inesperado,” Horgan revela. “Como podemos torná-lo ainda melhor?” complementa Dearbhla Walsh, produtora executiva e diretora da série.
Ao criar a nova trama, Horgan direcionou sua narrativa às consequências das ações de Grace na primeira temporada, bem como à encobrimento realizado por suas irmãs e as pessoas ao redor delas. “A principal questão era lidar emocionalmente com as repercussões do que aconteceu a todas aquelas irmãs na primeira temporada, como elas seguem em frente e como conseguem encobrir isso — até não conseguirem mais,” afirmou.
A segunda temporada se inicia em Dublin, dois anos após os eventos da primeira, onde Grace possui momentos raros de alegria, como a realização de sua despedida de solteira, que ocorreu nas corridas de cavalos, e seu casamento ao ar livre com seu novo parceiro, Ian Reilly (interpretado por Owen McDonnell), um novo membro no elenco. As filmagens dessas cenas proporcionaram a Duff uma pausa emocional bem-vinda. “O dia das corridas foi muito divertido. Apostamos no cavalo vencedor e ficamos enlouquecidas. Adorei isso, pois pude ser uma Grace diferente. O casamento também foi um momento glorioso. Tivemos dias ensolarados e até furacões, foi clamoroso,” compartilha.
Além de McDonnell, Fiona Shaw, de Killing Eve, se junta à série, interpretando Angelica, que é irmã de Roger, o ex-vizinho de Grace, que ajudou a encobrir a morte de John Paul. Angelica se intromete, de forma geralmente indesejada, nas situações sociais, faz piadas e se insere na drama familiar Garvey com uma atitude ao mesmo tempo santimoniosa e investigativa. Horgan considera Shaw a escolha perfeita para a personagem, comentando que havia grande expectativa ao se encontrarem.
“Todos nós a achamos engraçada. Mesmo em produções como ‘Harry Potter’, sempre pensei que ela é uma mulher muito, muito hilária,” Horgan diz. “Ela me lembra Molly Shannon; possui uma fisicalidade em sua atuação. Conhecida por papéis pesados no teatro, ela pode fazer qualquer coisa, mas sempre a considerei incrivelmente engraçada, e eu queria aproveitar isso cada vez mais. Ela nos deu exatamente isso e muito mais.”
No entanto, a diversão do primeiro episódio logo se transforma em tensão quando a polícia visita a casa de Grace após encontrar o corpo do pai de John Paul dentro de uma mala, boiando em um lago (uma morte da primeira temporada não relacionada às irmãs). Isso levanta novas suspeitas sobre a morte de John Paul. À medida que a pressão aumenta, Grace decide confessar a Ian que foi responsável pela morte do seu falecido esposo. Ian desaparece logo em seguida.
“No início do episódio um, ela está tão bem, mas logo confessa que as apostas estão altíssimas. No episódio dois, ela se transforma numa beija-flor, não é mesmo? E não consegue pousar. Não consegue encontrar um lugar para se fixar. Essa foi a energia que precisei manter. Era algo muito mais tenso, enquanto na temporada um, ela se tornava o mais invisível que poderia ser. Nesta temporada, ela está apenas tentando se manter à tona,” diz Duff.
A ansiedade de Grace se intensifica à medida que suas irmãs começam a questionar suas ações recentes, incluindo suas explosões de raiva; o segundo episódio termina com Grace deixando uma mensagem desesperada para Eva pedindo ajuda. O episódio então corta para o som de um acidente de carro, sirenes e Blanaid (Saise Quinn), a filha de Grace, chorando em um carro da polícia que chega à casa de Eva.
Seguindo o formato da primeira temporada, que utilizava saltos temporais para mostrar John Paul morto no presente intercalados com flashbacks das irmãs tentando matá-lo, Horgan decidiu incluir saltos temporais nesta segunda temporada. O primeiro episódio se abre com as irmãs abrindo o porta-malas de um carro à noite, com vista para um penhasco, antes de retornar ao presente, enquanto o segundo episódio inclui algumas lacunas entre as ações frenéticas de Grace.
A chocante conclusão que ficou após os dois primeiros episódios promete ter um peso significativo durante a temporada, com os espectadores ansiosos por respostas à medida que se aproximam do terceiro episódio. “Existem muitas maneiras de contar uma história. Na primeira temporada, trabalhamos com a alternância entre duas linhas do tempo. Assim, todos queriam também um certo jogo com o tempo nesta temporada. É interessante oferecer algo ao público para que eles possam tentar decifrar ao longo da temporada,” conclui Horgan.
Bad Sisters lança novos episódios todas as quartas-feiras na Apple TV+.