No início da noite de quarta-feira, Brasília foi palco de um incidente trágico em frente ao Supremo Tribunal Federal do Brasil. Um homem, que parece ter agido sozinho, tentou entrar no prédio e, ao fracassar nessa ação, acabou cometendo suicídio por meio de explosões. O episódio alarmante ocorreu após o término da sessão do dia, às 19h30, e levou à evacuação de juízes e funcionários da corte, conforme informado pelas autoridades.
Os relatos indicam que duas explosões potentes foram ouvidas em sequência, aproximadamente 20 segundos uma da outra, na Praça dos Três Poderes, onde estão localizados os principais edifícios governamentais do país, incluindo o Supremo Tribunal, o Congresso Nacional e o Palácio da Alvorada. A detonação inicial ocorreu em um veículo no estacionamento do Congresso, sem deixar feridos, embora tenha causado alvoroço entre os presentes. A explosão do carro pertencia a um membro do Partido Liberal, o mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A governadora do Distrito Federal, Celina Leão, revelou em uma coletiva de imprensa que o homem havia detonado os explosivos no veículo antes de se dirigir ao Supremo. ‘Sua primeira ação foi explodir o carro. Em seguida, ele se aproximou do Supremo e tentou entrar no prédio. Fracassou e, então, ocorreram as outras explosões’, afirmou Leão. A identificação do corpo, que ficou exposto por cerca de três horas após o incidente, deverá ser feita por meio de exames periciais.
Por medida de precaução, a governadora recomendou que o Congresso fosse encerrado a partir desta quinta-feira, para evitar novos riscos. O Senado seguiu sua sugestão e decidiu suspender suas atividades, enquanto a câmara baixa do Legislativo também anunciou que encerraria suas atividades até ao meio-dia. Essa decisão foi tomada após uma consideração de que o incidente poderia se tratar de um ato isolado, similar a outros tragédias observadas em diversas partes do mundo. ‘Estamos tratando como um suicídio, já que houve apenas uma vítima. Mas as investigações poderão esclarecer as circunstâncias desse caso’, completou Leão.
Até o momento, a Polícia Federal está investigando o incidente, mas não forneceu informações sobre o que teria motivado o ato. Importante ressaltar que, recentemente, o Supremo Tribunal tem sido alvo de ameaças por parte de grupos radicais de direita, particularmente devido ao seu combate à desinformação. O ministro Alexandre de Moraes, um dos principais alvos desses ataques, tem enfrentado intensas críticas provenientes de apoiadores de Bolsonaro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava presente no Palácio da Alvorada nas horas que sucederam as explosões, conforme foi informado por seu porta-voz. Mesmo assim, ele se reuniu posteriormente com o chefe da Polícia Federal e com juízes do Supremo, como uma medida de emergência para abordar a situação e garantir a segurança necessária para a condução dos trabalhos.
Este incidente evidencia não apenas a fragilidade das estruturas de segurança nas áreas delicadas do governo, mas também traz à tona um tema preocupante: a crescente polarização política e social que o país tem enfrentado. Os eventos de quarta-feira podem ser interpretados como um reflexo de tensões sociais ainda latentes, que muitas vezes se manifestam em ações extremas e violentas.
À medida que novas informações se desenrolam, a expectativa é que as autoridades apresentem respostas mais definitivas sobre as causas e as circunstâncias que envolveram esse ato. Até lá, o país observa com apreensão as consequências desse evento trágico e as possíveis implicações para a segurança pública e política em Brasília e em todo o Brasil.