Na última quarta-feira, o British Museum, um dos mais renomados museus do mundo, anunciou que receberá uma doação significativa de 1.700 peças de cerâmica chinesa, cujo valor estimado chega a cerca de 1 bilhão de libras esterlinas, equivalentemente a aproximadamente 1,27 bilhão de dólares. Este gesto monumental se consagra como a maior doação recebida pela instituição em seus quase 300 anos de história. Esta coleção, que já estava em regime de empréstimo desde 2009, foi generosamente cedida pela Percival David Foundation, uma entidade que já contribuiu para o enriquecimento do acervo do museu através de suas dádivas no passado.

Entre as preciosidades que compõem esta coleção, destacam-se algumas das mais importantes e veneradas obras de arte chinesa, como os famosos vazios “David”, datados de 1351, e um delicado copinho de porcelana conhecido como “chicken cup”, que remonta ao final do século XV e é um dos itens mais cobiçados da arte chinesa. Além disso, a coleção abriga as raras “Ru wares”, artefatos que datam do final do século XI, conhecidos por sua beleza e valor histórico. Essa doação não só reforça a importância do British Museum no cenário mundial, como também destaca os laços culturais e históricos entre o Reino Unido e a China.

George Osborne, presidente do British Museum, não hesitou em exaltar esta doação, afirmando que “este é o maior legado dado ao British Museum em nossa longa história. É um verdadeiro voto de confiança em nosso futuro”. Ele reconheceu que esse importante acervo permitirá que o museu detenha uma das mais relevantes coleções de cerâmica chinesa em qualquer instituição pública fora do mundo de língua chinesa, totalizando cerca de 10 mil objetos. O prestígio do British Museum, portanto, só aumenta, prometendo expandir ainda mais seu alcance educacional e cultural.

Percival David, o fundador da fundação que leva seu nome, nasceu em 1892 e foi um empresário britânico cuja paixão por artigos da cultura chinesa o levou a estudar a língua e iniciar uma coleção de cerâmicas—focando principalmente em objetos de qualidade imperial ou de gosto tradicional chinês. Seu legado continua vivo através da fundação que mantém sua coleção e tem colaborado com diversas instituições ao redor do mundo.

O Ministro das Artes britânico, Chris Bryant, ressaltou a relevância desta coleção, afirmando que ela “educará e iluminará futuras gerações por muitos anos”. Esta doação não é apenas uma adição ao acervo do British Museum, mas uma oportunidade para que mais pessoas tenham contato com uma cultura rica e diversificada. A importância histórica da cerâmica, que começou a ser produzida na China por volta do ano 600 d.C., é indiscutível, tendo sido feita para a corte imperial, para o mercado doméstico e para exportação.

Para disseminar ainda mais o conhecimento sobre essas obras-primas, o British Museum anunciou planos de emprestar algumas das cerâmicas para o Museu de Xangai, na China, e para o Museu Metropolitano de Arte, em Nova Iorque, com o intuito de fortalecer as parcerias culturais e apoiar exposições nessas instituições renomadas. Esta troca de artefatos entre museus torna-se um desejo comum no campo da cultura e arte, permitindo que o mundo aprecie e conheça mais sobre a rica herança cultural da China.

Com esta doação monumental, o British Museum reafirma seu papel como um pilar de educação, cultura e preservação da história, projetando um futuro vibrante e promissor. O público poderá em breve apreciar essas obras notáveis, que não apenas contam a história da cerâmica chinesa, mas oferecem um vislumbre da rica tapeçaria das civilizações que moldaram o mundo como o conhecemos. Assim, é seguro dizer que a história continua a ser escrita, e nós, como espectadores e apreciadores da arte, estamos todos convidados a fazer parte dela.

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