Enquanto outras empresas de mídia e entretenimento estão se preparando para um novo período de fusões e aquisições sob a administração de Trump, o CEO da Disney, Bob Iger, declarou que a companhia provavelmente não seguirá esse caminho. Durante a conferência de resultados do quarto trimestre, realizada na quinta-feira, Iger enfatizou que a Disney já passou por uma grande consolidação ao adquirir os ativos da 20th Century Fox em 2017.
Em sua fala, Iger mencionou que, embora a Disney sempre esteja atenta a oportunidades de negócio, neste momento, a empresa não tem planos imediatos para novas aquisições sob a nova administração. “Nós, em muitos aspectos, já consolidamos. Não precisamos realmente de mais ativos agora, seja do ponto de vista de distribuição ou de conteúdo, para prosperar em um mundo midiático bastante disruptivo”, afirmou.
As considerações de Iger contrastam fortemente com as de outros líderes do setor, como David Zaslav, CEO da Warner Bros. Discovery, que indicou um interesse em aumentar aquisições na esfera midiática. Zaslav acredita que a nova administração poderá impulsionar uma maior consolidação, o que “traria um impacto positivo e acelerado para a indústria que é necessário”.
Outros executivos também expressaram a mesma ideia sobre a necessidade de fusões e aquisições para gerar valor para os acionistas. Perry Sook, CEO da Nexstar, declarou que “acreditamos que existe valor a ser criado para nossos acionistas através de uma maior consolidação.” O CEO da Sinclair, Chris Ripley, também compartilhou perspectivas semelhantes, afirmando que o ambiente da indústria está melhorando e que uma modernização das regulamentações é esperada, permitindo que a Sinclair participe ativamente do M&A na indústria, seja como comprador, vendedor ou parceiro de fusão.
Iger, por outro lado, defende a postura cautelosa da Disney, explicando que a aquisição da 20th Century Fox tinha como objetivo fortalecer a presença da empresa nas plataformas de streaming, o que gerou um “tremendo volume de conteúdo”, levando a Disney a conquistar 60 prêmios Emmy em setembro.
A inclusão de **Hulu** no portfólio da Disney também foi notável, pois sua integração com o **Disney+** permitiu à empresa alcançar impressionantes 174 milhões de assinantes mundialmente. Esse desempenho notável abre uma nova perspectiva no futuro do streaming, a qual Iger vê de maneira otimista. “Pessoas esquecem que isso veio junto com o controle do Hulu e, ultimamente, a posse total do Hulu, que distribuído de maneira adequada e bem integrado com o Disney+, nos permitiu alcançar os números que alcançamos,” destacou Iger.
Portanto, enquanto alguns CEOs do setor parecem estar sinalizando um movimento em direção à aquisição de novos ativos, Iger e a Disney parecem mais centrados na consolidação interna e na maximização do que já foi adquirido, buscando sempre um crescimento robusto e sustentável no competitivo mercado de entretenimento.