O icônico personagem Alex Cross, criado pelo autor James Patterson, está sendo reimaginado e ressurgindo nas telas na nova série Cross, disponível no Prime Video. A série, composta por oito episódios, é uma colaboração entre Patterson e o roteirista Ben Watkins, e traz Aldis Hodge como o protagonista, um detetive negro que desvenda crimes em Washington D.C. Juntamente com ele, está Isaiah Mustafa interpretando John Samson, amigo e colega policial. O retorno de Alex Cross às telonas gera empolgação e aguça a curiosidade dos fãs, tanto pelos antigos filmes quanto pelas novas abordagens contemporâneas que a série promete trazer.

Em uma conversa com os meios de comunicação, Patterson compartilhou seus pensamentos sobre a evolução do personagem e o potencial da nova série. Ele expressou como sua colaboração com Watkins focou em tornar Alex Cross mais atual, refletindo as realidades e desafios que os policiais enfrentam na sociedade moderna. “Conversando com Ben, realmente gostei da visão que ele tinha e do que queria fazer para tornar Alex mais contemporâneo, lidando com o mundo real”, afirmou Patterson.

Hodge é o terceiro ator a interpretar o personagem, seguindo os passos de Morgan Freeman e Tyler Perry. Freeman deu vida a Alex Cross em dois filmes: Kiss the Girls (1997) e Along Came a Spider (2001). Já Tyler Perry desempenhou o papel-título em Alex Cross (2012), filme que foi um fracasso de bilheteira. Em relação ao segundo filme, Patterson foi incisivo: “Tyler Perry foi prejudicado. O diretor o prejudicou”, referindo-se a decisões criativas que impactaram a performance do filme.

O entusiasmo de Patterson por Hodge é palpável, e ele elogia a profundidade que o ator traz para o personagem. A série já foi renovada para uma segunda temporada, mesmo antes da estreia da primeira, o que indica a confiança que a produção deposita na narrativa e na interpretação dos personagens. “Eu tenho plena confiança no sucesso desta série porque Aldis traz uma nova dimensão a Alex Cross”, ressaltou.

Uma das decisões mais notáveis que Patterson tomou foi a recusa a transformar Alex Cross em um personagem branco, mesmo diante de uma oferta atrativa: “Quando escrevi o primeiro livro de Alex Cross, não tinha muito dinheiro, e Hollywood veio até mim. Eles ofereceram sete cifras, mas pediram apenas uma mudança; queriam que Alex fosse um cara branco. Eu disse: ‘Vai se danar.’ Foi doloroso, mas eu fiz isso. Assim, não vendemos na hora, mas anos depois, a Paramount veio e fizemos alguns filmes com Morgan”, afirmou o autor. Essa recusa reflete não apenas sua integridade artística, mas também sua vontade de lutar pela representação adequada.

Patterson também compartilhou que influências de sua juventude, como sua experiência com a comunidade afro-americana em sua cidade natal, moldaram a forma como escreve personagens negros. “Por isso sempre escrevi sobre essa família e a cidade que conhecia. O que ele e Ben discutiram foi a ideia de Alex sempre ser a pessoa mais inteligente na sala”, acrescentou Patterson. Esse desenvolvimento destaca a inteligência e a sagacidade do personagem, distantes dos estereótipos frequentemente encontrados em representações anteriores.

Com a nova série, Alex Cross não se baseia em um livro específico, mas em um conjunto de diretrizes e características desenvolvidas ao longo de décadas. Patterson demonstrou interesse em manter a essência do seu universo literário enquanto permite novas interpretações. “Eu prefiro muito não adaptar um livro específico porque o suspense e a emoção surgem do que pode ser criado a partir do zero”, disse.

Enquanto a série avança, há promessas de explorar o conflito central entre a vida familiar de Alex e suas obrigações como policial em um ambiente muitas vezes hostil, algo que não foi suficientemente enfatizado em suas adaptações anteriores. A relação dele com a avó também será aprofundada, trazendo uma nova camada emocional à narrativa.

Assim, à medida que Cross já está disponível na primeira temporada no Prime Video, é evidente que essa reinterpretação não apenas traz novas dimensões para um personagem querido, mas também abre espaço para discussões mais amplas sobre raça, identidade e a função da polícia na sociedade contemporânea.

Cross já estreou e está disponível para streaming com todos os oito episódios na plataforma Prime Video.

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