O aguardado filme “Gladiador II” faz sua estreia nos cinemas neste fim de semana, trazendo à tona não apenas a trama intensa, mas também uma controvérsia intrigante envolvendo uma cena significativa protagonizada por Denzel Washington. A expectativa era alta, especialmente entre a comunidade cinematográfica e os fãs que se sentem representados por histórias mais inclusivas. Contudo, uma revelação feita pelo próprio ator deixou os espectadores decepcionados, pois a sequência que retratava um beijo entre Washington e outro personagem foi cortada da versão final do filme. Segundo o ator, essa decisão refletiu uma hesitação por parte dos responsáveis pela produção, que aparentemente não estavam prontos para incluir tal representação na narrativa.
gladiador: um clássico e seu retorno com questões de inclusão
O filme original “Gladiador”, lançado em 2000, rapidamente se tornou um marco do cinema, dirigido por Ridley Scott e estrelado por Russell Crowe no papel do general romano Maximus, que se vê traído, reduzido à escravidão e forçado a lutar na arena de gladiadores. Agora, com a sequência que se passa anos após os eventos do primeiro filme, “Gladiador II” traz Paul Mescal como Lucius Verus, filho de Maximus, em um enredo que ecoa os desafios e conflitos enfrentados por seu pai. Washington interpreta Macrinus, um ex-escravo que busca o controle sobre Roma, e de acordo com Ridley Scott, seu personagem traz um “toque” de bissexualidade, um elemento que visa humanizar e complexar a natureza dos personagens em um ambiente historicamente rico e decadente.
No entanto, a ausência da cena onde Washington beijo um homem, que foi filmada, levanta questões sobre a liberdade artística e os limites da representação na indústria cinematográfica atual. Durante uma entrevista recente ao portal Gayety, Washington revelou que a cena de beijo foi eliminada e lamentou a decisão: “Eu realmente beijei um homem no filme, mas eles cortaram. Acho que eles ficaram com medo. Beijei um cara de totalmente nos lábios e imagino que não estavam prontos para isso ainda”. Este tipo de retrato na tela, embora essencial para a representação de arranjos sociais diversificados, ainda enfrenta resistência, considerando o histórico da indústria em relação à inclusão de personagens LGBTQ+ em papéis de relevância.
a comédia da morte: um beijo seguido de um destino trágico
Adicionando com humor à situação, Washington menciona que o beijo foi logo seguido por um momento dramático que condiz com a brutalidade e a tensão do universo de “Gladiador”, pois, segundo ele, seu personagem “matou o cara cerca de cinco minutos depois. É Gladiador. É o beijo da morte”. Tal afirmação não apenas ilustra o caráter intenso do filme, como também oferece uma ironia peculiar, perguntando-se se a natureza do enredo intensidade justifica o corte de uma cena que poderia ter amplificado uma narrativa inclusiva.
Além de “Gladiador II”, Denzel Washington está previsto para aparecer no próximo filme da Marvel, “Pantera Negra 3”, o que gera mais expectativa sobre sua carreira e as escolhas que fará daqui em diante. Ele expressou em entrevistas que está em um ponto de sua trajetória onde deseja explorar novos horizontes e experimentar papéis que não realizou antes, refletindo sobre a finitude de sua carreira e a quantidade de filmes que ainda fará. “Provavelmente não são muitos”, revelou, proporcionando uma perspectiva reflexiva sobre sua trajetória artística e futura.
A controvérsia em torno do beijo cortado destaca a contínua luta por aceitação e representação na tela grande. À medida que a indústria avança em direção à inclusão, eventos como esse sublinham a necessidade de um diálogo crítico sobre a forma como as histórias são contadas e que vozes têm espaço para serem ouvidas. Enquanto “Gladiador II” promete muita ação e emoção, a ausência da cena de beijo de Washington nos lembra de que ainda há um caminho a percorrer rumo à verdadeira diversidade nas narrativas cinematográficas.
