A recente entrevista de James Patterson, autor da célebre série de romances sobre o detetive Alex Cross, trouxe à tona uma discussão pertinente sobre o papel de Tyler Perry na adaptação cinematográfica de 2012. Patterson, ao abordar a controversa recepção do filme, que obteve a baixa nota de 11% entre críticos no Rotten Tomatoes, não hesitou em apontar o dedo para a direção como a verdadeira culpada pelo fracasso da obra. O filme, que tem sua origem no romance “Cross”, de 2006, promete uma intrigante caçada ao serial killer, mas deixou muito a desejar tanto em sua execução quanto em sua recepção de público e crítica.

Durante a conversa com The Hollywood Reporter, Patterson destacou que o formato cinematográfico limitou a profundidade necessária para desenvolver os importantíssimos personagens da trama, incluindo os que, como o personagem Samson, sequer tiveram a chance de aparecer na tela. O autor não poupou críticas ao diretor Rob Cohen, afirmando que as constantes reescritas do roteiro comprometeram a qualidade do produto final. Ao elogiar a atuação de Perry, Patterson também expressou seu apreço pelo trabalho de Aldis Hodge, o novo intérprete de Alex Cross na série de TV, que vem recebendo aclamação da crítica.

Patterson, em suas palavras, afirmou que a adaptação cinematográfica tinha potencial, mas acabou ofuscada pela abordagem do diretor: “No cinema, você tem duas horas e não houve tempo para realmente desenvolver Samson, então ele era apenas um pensamento secundário. No entanto, na nova série, ele é sensacional.” Ele ainda comparou Perry a outros grandes atores que interpretaram personagens icônicos, como Jack Reacher e Sherlock Holmes, ressaltando que cada um trouxe uma abordagem distinta ao seu papel. Na expressão de Patterson, Perry foi prejudicado pela direção, uma situação que, em suas palavras, “é simplesmente bizarra”.

A crítica ao filme Alex Cross, além de conviver com um enredo promissor, carregou a pressão de um orçamento de 35 milhões de dólares, mas arrecadou apenas 34,6 milhões nas bilheteiras, um valor que evidencia a insatisfação do público. Embora algumas vozes tenham celebrado a performance de Tyler Perry, o descontentamento com a direção foi um dos fatores que resultou na decisão de não levar adiante uma continuação do filme. No entanto, a nova série da plataforma Prime Video se desenha como um sopro de esperança para os fãs, mostrando-se até o momento como a adaptação mais bem avaliada da obra de Patterson.

O recente sucesso do programa de televisão sugere que existe um caminho para tornar a série Alex Cross atraente para o público, mesmo considerando os desprazeres enfrentados nas tentativas anteriores. Embora adaptações passadas estreladas por Morgan Freeman, como “Beijando as Garotas” e “Apenas um Passeio”, tenham encontrado conforto nas bilheteiras, elas não atingiram o mesmo nível de aprovação crítica que a nova série. O respaldo a Perry de Patterson, aliado à admiração que sua atuação ainda consegue gerar entre críticos, dá a entender que a falha não estava no talento do ator, mas na construção da narrativa em torno dele.

Por fim, as considerações de Patterson sobre a atuação de Perry iluminam uma reflexão sobre a importância do material em que os atores estão envolvidos. Perry demonstrou seu talento em filmes como “Garota Exemplar”, o que sugere que ele possui a capacidade de assumir papéis sérios quando devidamente dirigido. Embora a nova série tenha afastado a possibilidade de Perry voltar a interpretar Alex Cross, muitas oportunidades ainda podem surgir em seu caminho, caso decida se dedicar a papéis semelhantes no futuro. De fato, o ator já tem produções aguardando lançamento, como “The Six Triple Eight” e “Casamento de Madea”. O pano de fundo das histórias de Alex Cross continuou a se desdobrar, dando esperança aos admiradores da série na busca por um desenvolvimento mais satisfatório no universo que Patterson criou.

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