Nova Iorque
CNN  — 

Na última quinta-feira, a Disney surpreendeu o mercado ao anunciar uma visão financeira bastante promissora para os próximos três anos, mesmo em um cenário econômico repleto de incertezas. Essa atitude audaciosa da companhia demonstrou sua confiança nas perspectivas de crescimento advindas de investimentos significativos, especialmente nas expansões de seus parques temáticos, no potencial de sua próxima linha de filmes e até mesmo em ativos da televisão linear.

Após o anúncio, as ações da Disney (DIS) vivenciaram um crescimento notável, subindo 10% logo após a abertura do mercado, proporcionando um momento de celebração para os investidores que acreditam na resiliência e potencial da empresa. O entusiasmo não é à toa, já que a empresa viu seu lucro líquido disparar 74% no último trimestre, atingindo a marca de $460 milhões, ou 25 centavos por ação, o que elevou seus ganhos totais do ano fiscal para quase $5 bilhões.

Dentre as previsões, a Disney espera um crescimento do lucro por ação ajustado (EPS) para o novo ano fiscal na casa dos dígitos altos, além de uma expansão de dois dígitos na lucratividade ajustada em 2026 e 2027, que se estende até setembro desses anos. Essa expectativa anima os investidores, uma vez que reflete um planejamento estratégico sólido e uma visão otimista sobre o futuro.

Outro sinal positivo veio da área de streaming da Disney, que finalmente mostrou um resultado financeiro da assinatura vencedor. Depois de reportar um lucro modesto de $47 milhões no período que terminou em junho, no último relatório financeiro, a empresa viu os lucros dispararem para impressionantes $321 milhões nos três meses recentes, elevando os rendimentos anuais da unidade a $134 milhões, em comparação com a perda de $2,6 bilhões registrada no ano fiscal anterior.

A companhia estima que seus lucros com streaming possam crescer em mais $875 milhões no novo ano fiscal, o que promete impactar positivamente seus resultados gerais. Isso é particularmente relevante para a Disney, considerando que muitas grandes empresas de mídia que entraram no setor de streaming nos últimos cinco anos têm lutado para tornar suas operações rentáveis, na esteira do sucesso inicial da Netflix, que até então era a única plataforma de streaming a reportar lucros consistentes.

Entretanto, a Disney enfrenta o desafio contínuo de melhorar seus resultados de streaming, especialmente diante das dificuldades enfrentadas em suas unidades de negócios de cabo e rede de transmissão, que foram duramente impactadas pelas quedas nas vendas de anúncios e pelo fenômeno conhecido como “cord cutting”, onde os consumidores abandonam serviços tradicionais de TV a favor de alternativas digitais. Os lucros operacionais dessa unidade caíram 38%, embora esse declínio tenha sido contrabalançado pelo aumento de $725 milhões na receita proveniente de vendas de conteúdo, como bilheteiras de filmes, destacando o sucesso dos lançamentos de “Deadpool e Wolverine” e do filme da Pixar “Inside Out 2”, que estabeleceram novos recordes de arrecadação.

A recente alta das ações da Disney é uma boa notícia para seus acionistas, que experimentaram uma perda significativa, com a desvalorização de 17% de suas ações desde que a empresa atingiu seu pico em 52 semanas em abril, e quase metade do seu valor desde 2021, período repercutido pelas severas consequências da pandemia. Este cenário, com certeza, é um aviso de que a companhia está se reerguendo e que um futuro mais radiante pode estar no horizonte; resta saber até onde essa montanha-russa emocional dos mercados a levará. Afinal, quem não gosta de uma boa reviravolta na história de investimentos?

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