Hugh Grant, renomado ator britânico, não é exatamente o maior fã de seus filmes do passado. Em uma recente aparição no segmento “Scene Selection” da Vanity Fair, Grant discorreu sobre seu papel no clássico de comédia romântica de 1999, Notting Hill, onde deu vida ao personagem William Thacker. O ator fez revelações intrigantes sobre como se sente em relação a seu personagem, que ele considera “despicável”.
Ele expressou sua desilusão ao afirmar: “Sempre que estou zapeando os canais em casa após algumas bebidas e ele aparece, eu só penso: ‘Por que o meu personagem não tem nenhuma atitude?’”. Uma cena que o ator mencionou particularmente evidenciou essa falta de iniciativa: “Há uma cena no filme em que ela está na minha casa, e os paparazzi chegam à porta da frente e tocam a campainha, e eu simplesmente deixo ela passar por mim e abrir a porta. Isso é horrível.”
Grant também compartilhou suas reflexões sobre como a escritora do roteiro fez o personagem dele ser excessivamente passivo. “Eu nunca tive uma namorada ou, de fato, minha atual esposa, que não tenha dito: ‘Por que você não parou ela? O que há de errado com você?’”. Sem uma resposta clara para essa pergunta, ele enfatizou que o problema não se tratava dele, mas sim da forma como o personagem foi escrito, reafirmando sua opinião de que William Thacker é, de fato, um “despicável”.
Acometido por uma onda de nostalgia, Grant comentou sobre sua trajetória em várias comédias românticas aclamadas, como Quatro Casamentos e um Funeral, Nove Meses, e Simplesmente Amor, que fazem os fãs se perguntarem como um ator tão amado pode ter uma visão tão divergente de suas performances. O que ele enxerga como desinteresse, muitos veem como charme e carisma.
Além disso, ele não hesitou em compartilhar suas insatisfações com o trabalho, incluindo sua experiência negativamente impactante enquanto filmava cenas com CGI para o papel do Oompa Loompa em Wonka. No ano passado, Grant revelou que considerou toda a experiência “como uma coroa de espinhos, muito desconfortável”, enfatizando o desafio que foi para ele se adaptar a esse formato.
Em uma reflexão mais ampla, Grant se desculpou pelo que muitos consideram uma tendência de desapreciação por seus trabalhos. Em uma entrevista anterior em 2016, ele esclareceu que não é que ele odeie todos os seus filmes, mas que se sente extremamente desconfortável ao assistir a si mesmo nos filmes, comparando isso à sensação de ouvir sua própria voz em mensagens de correio de voz. É como se o incômodo se multiplicasse por cinquenta, tornando a autoavaliação uma experiência dolorosa para ele.
Concluindo, a crítica de Hugh Grant sobre si mesmo e seu personagem em Notting Hill destaca a complexidade da fama e da arte, revelando que a percepção do público e a autoimagem de um ator muitas vezes não se alinham. Assim, enquanto Grant pode ver um lado despicável em William Thacker, muitos continuam a se encantar com seu charme e a suavidade do romance representado no filme.