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O documentário The Bibi Files, dirigido por Alexis Bloom e produzido pelo renomado Alex Gibney, tem atraído a atenção do público ao explorar a vida e a carreira de Benjamin Netanyahu, o controverso primeiro-ministro de Israel. Apesar de não trazer novas revelações sobre as graves acusações de corrupção que pairam sobre Netanyahu desde 2016, o filme é recheado de material inédito que captura as tensões e frustrações do político em meio a interrogatórios policiais, mostrando a busca incansável de Netanyahu por permanecer no poder.
Com sua estreia mundial oficial no DOC NYC, após uma exibição prévia no Festival Internacional de Cinema de Toronto, The Bibi Files pinta um retrato inquietante das manobras políticas da figura central, revelando os mecanismos utilizados para se manter à frente na política israelense, mesmo em meio a sérias acusações de corrupção. Os espectadores são apresentados a cenas impactantes, incluindo gravações de depoimentos policiais em que Netanyahu e sua família tentam contornar as acusações de maneira astuta, mas muitas vezes visivelmente frustrada.
Os comentários críticos ao filme ressaltam a falta de grandes revelações, mas compensam com a inclusão de vídeo inédito que expõe de maneira transparente as interações entre o primeiro-ministro e as autoridades. Netanyahu é visto no filme desdenhando das acusações e tentando inverter a narrativa, afirmando que questões triviais, como receber presentes caros, não são crimes. Em um dos momentos, ele se indigna ao ser questionado sobre o recebimento de charutos luxuosos, disparando: “Então isso é um crime? Que terrível!”
Entretanto, o diretor não se limita apenas a Netanyahu. Sua esposa, Sara, é retratada como uma figura intensa e emocional, que responde de forma hostil a perguntas sobre as luxuosas doações que ela recebeu, enquanto seu filho, Yair, se destaca por uma postura ainda mais extremista e desprezo pelas autoridades. Yair critica abertamente as investigações, alegando que a polícia israelense se assemelhou a uma polícia secreta, utilizando linguagem fortemente política que desafia a credibilidade das forças de segurança do país.
Além dessas cenas pessoais, o documentário se aprofunda em declarações de aliados e críticos do primeiro-ministro, incluindo ex-insiders e analistas políticos, que apresentam uma visão esclarecedora sobre as manobras de Netanyahu para garantir cobertura favorável da mídia. Ele foi acusado de manipular informações e pressionar veículos para alterar reportagens, criando uma alegação de que sua administração se comportaria como um “restaurante que serve apenas uma pessoa”.
The Bibi Files argumenta persuasivamente que Netanyahu poderia até ter apoiado o Hamas, considerando esta aproximação como uma estratégia política. Ele argumenta para seus interrogadores que ter os inimigos próximos é parte de sua abordagem tática, citando uma famosa frase de The Godfather: “Mantenha seus amigos por perto e seus inimigos ainda mais perto.” Esta ideia gera uma reflexão profunda sobre o que realmente está em jogo nas estratégias de poder no Oriente Médio.
O documentário culmina com imagens impactantes do ataque de 7 de outubro e da guerra subsequente entre Israel e Hamas, ilustrando a situação crítica que afeta o país. Críticos levantam preocupações de que Netanyahu está prolongando o conflito como uma manobra para sua própria sobrevivência política, enquanto uma sobrevivente do ataque compartilha esperanças em um testemunho emocionante, pedindo por paz e verdade. O filme, embora repleto de momentos sombrios, deixa uma abertura para a esperança de que os fatos venham à tona e que algum dia um entendimento possa ser alcançado.
Assim, diante de um retrato tão insólito e complexo do político israelense mais influente de sua geração, o espectador é deixado com uma pergunta inquietante: até onde você iria para se manter no poder? Com longos 113 minutos de filmagem, The Bibi Files se estabelece não apenas como uma exploração das fraquezas humanas, mas como uma acusação frontal da moralidade em jogo na política atual.
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