A recente decisão do líder norte-coreano, Kim Jong Un, de iniciar a produção em massa de drones explosivos autossuficientes tem gerado intensos debates e preocupações no cenário global. A pesquisa supõe que essa ação é uma resposta não apenas a uma necessidade militar interna, mas também reflete profundos laços de cooperação entre a Coreia do Norte e a Rússia, especialmente em tempos onde a tensão geopolítica se intensifica. A ação ressalta, ainda, as implicações e riscos que a proliferação dessa tecnologia pode acarretar para a segurança regional e mundial.
Segundo relatos da mídia estatal, Kim Jong Un descreveu a fabricação desses drones como uma “necessidade essencial”. Durante um teste realizado recentemente, ele supervisionou demonstrações de como essas aeronaves foram capazes de destruir alvos de grande importância, incluindo depósitos móveis de armamento e veículos blindados. Imagens divulgadas mostram o líder e diversos oficiais no local do lançamento, onde foram observadas demonstrações do poder destrutivo dos drones, que não só destruíram um carro, mas também um tanque, embora as imagens fossem censuradas, dificultando uma visualização clara do caso.
Os drones não convencionais, descritos como capazes de atingir alvos em áreas terrestres e marítimas com alta precisão, foram destaque no discurso de Kim, que enfatizou a crescente relevância desses dispositivos militares em conflitos pelo mundo afora. Ele mencionou que o uso de drones está se expandindo globalmente, com resultados evidentes em guerras recentes, como na Ucrânia, onde aparelhos semelhantes têm sido usados efetivamente por diversos países, incluindo a Rússia.
A eficiência e o custo de produção relativamente baixo dos drones, aliados à sua capacidade de serem operados em grande número, trazem à tona uma nova frente de batalha no combate moderno. Drones como o Shahed 136, fabricado no Irã, exemplificam como essa tecnologia pode ser utilizada com um papel decisivo em conflitos contemporâneos, oferecendo vantagens táticas importantes para os exércitos que os utilizam. Kim Jong Un sublinhou a urgência em estabelecer um sistema de produção em série para esses dispositivos, indicando que essa mudança de paradigma demanda uma atualização de diversos aspectos da teoria militar atualmente adotada por seu regime.
Esse movimento por parte de Pyongyang ocorre em um contexto de crescente inquietação no Ocidente em relação ao fortalecimento dos laços de cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia. Nos últimos dias, informações do Departamento de Estado dos EUA revelaram que cerca de 10 mil soldados norte-coreanos foram enviados à Rússia, onde se envolvem em operações conjuntas com as forças russas na região de Kursk, cenário de um impasse militar da Ucrânia. Este envolvimento militar é interpretado como uma resposta à necessidade do Kremlin por reforços, enquanto a Ucrânia continua a desenvolver operações ofensivas em seu território.
Além do deslocamento de tropas, o aprofundamento da estratégia de defesa entre os dois países se concretizou em um tratado de defesa mútua ratificado recentemente, onde ambas as partes concordaram em fornecer assistência militar imediata em caso de um ataque. Tais ações simbolizam o estreitamento das relações entre dois países que enfrentam isolamento internacional devido, em parte, às suas respectivas políticas agressivas, sendo a Coreia do Norte notoriamente conhecida por seus programas de mísseis nucleares e balísticos.
Contudo, ao mesmo tempo em que a Coreia do Norte demonstra sua capacidade de inovação no desenvolvimento de tecnologias de guerra, os comentários de especialistas de defesa indicam que seu exército enfrenta desafios significativos em termos de treinamento e prontidão. Enquanto os soldados norte-coreanos estão sendo destacados para o front russo, a avaliação da Defesa da Coreia do Sul indicou que esses indivíduos não receberam um treinamento adequado para operar drones de maneira eficaz, o que levanta questões sobre sua utilidade real nas operações de combate.
A interação entre a Coreia do Norte e a Rússia mostra que ambos os países visam não apenas consolidar suas forças militares, mas também buscar tecnologias avançadas para melhorar suas capacidades bélicas. O fornecimento de expertise russa em áreas como armamento e comunicação pode se mostrar um benefício considerável para Pyongyang, que ainda luta para maximizar suas operações militares de forma eficiente.
Por fim, como se não bastasse o desenvolvimento preocupante dos drones, Kim Jong Un havia alertado anteriormente para a necessidade urgente de implantar essas máquinas em sua força armada, reiterando que ações proativas precisariam ser tomadas para garantir a soberania da nação. O evento de teste de drones ocorrido em agosto é uma prova de seu compromisso com essa urgência. Assim, a incorporação dessas tecnologias inovadoras sugere uma nova fase na militarização da Coreia do Norte, colocando não apenas a segurança regional em risco, mas a honra estratégica de potências globais.