Um caso chocante de alegações de abuso sexual na St. Helens High School, no estado de Oregon, levou à prisão de dois professores e ao afastamento administrativo da diretora e do superintendente da escola. Este episódio complicou ainda mais a relação da comunidade escolar com a administração, revelando como informações e denúncias passadas foram negligenciadas durante um período prolongado.
Na última terça-feira, dia 12 de novembro, o professor de coral Eric Stearns e o ex-professor de matemática Mark Collins foram presos sob acusação de abuso sexual, uma situação que expôs falhas no modo como a liderança escolar tratou as denúncias. De acordo com um comunicado de imprensa do St. Helens School District, a diretora, Dr. Katy Wagner, e o superintendente, Scot Stockwell, foram colocados em licença administrativa nos dias 14 e 15 de novembro, gerando grande comoção entre pais e alunos.
Stearns, de 46 anos, foi acusado de ter abusado sexualmente de seis alunos diferentes entre 2015 e janeiro de 2024, enquanto Collins, de 64 anos, foi acusado de toques inadequados em menores na escola entre 2017 e 2023. O modo como Stearns foi investigado pelo chefe de polícia Joseph Hogue, que recebeu um alerta a partir de um vídeo no TikTok que aludia ao comportamento impróprio do professor, levantou questões sobre a efetividade de procedimentos anteriores, assim como a transparência da escola com os pais e a comunidade.
Stearns se declarou inocente em sua primeira audiência em tribunal, onde foram fixadas fianças em 150 mil dólares. No dia seguinte, Collins também teve seus próprios problemas legais quando foi acusado com base em evidências que surgiram durante a investigação de Stearns. Ele foi liberado sob a condição de não entrar em contato com os menores envolvidos no caso.
Estudantes e pais expressaram indignação com a administração da escola, alegando que tinham conhecimento da investigação por meses, mas que Stearns ainda foi autorizado a ensinar. Durante uma reunião do conselho escolar no dia 13 de novembro, vários cidadãos protestaram e expuseram a falta de ação da administração em resposta às acusações levadas ao conhecimento deles ao longo dos anos. A presidente do conselho, que já havia anunciado sua renúncia, e as respostas hesitantes por parte da administração levantaram a questionamentos sobre a clareza e a eficácia das políticas de proteção infantil na escola.
“Se alguém denunciar algo parecido, foi como se não fosse um grande problema. Apenas queriam que a situação fosse esquecida”, declarou um dos pais envolvidos, ressaltando um padrão de desprezo pelas preocupações apresentadas pela comunidade. Uma aluna do segundo ano da escola também compartilhou sua frustração com a inação da administração: “A escola não realmente fez nada”.
Diante dos constantes protestos de alunos e seus responsáveis, na quinta-feira, a escola suspendeu as aulas, o que levou a mais agitação e reivindicações por um ambiente mais seguro e controlado. Em resposta à crescente pressão da comunidade, a diretoria anunciou que Wagner foi colocada em licença remunerada, enquanto Stockwell também foi afastado sob circunstâncias semelhantes. “Estamos ouvindo as preocupações levantadas e nos comprometemos com a transparência e a criação de um ambiente seguro e acolhedor para todos os alunos”, declarou a diretora de comunicações do distrito, Stacey Mendoza.
Após esses eventos, um representante do Departamento de Polícia de St. Helens não se manifestou imediatamente sobre as solicitações de informações adicionais, deixando a comunidade à espera de um encerramento apropriado para esta situação dolorosa. A importância de se estabelecer um ambiente escolar seguro e de se responder adequadamente às denúncias de abuso sexual não pode ser subestimada, e a continuidade das investigações é crucial para restaurar a confiança na administração escolar e garantir a proteção dos alunos no futuro.
Se você ou alguém que você conhece já foi vítima de abuso sexual, é importante buscar ajuda. Você pode encaminhar uma mensagem com a palavra “FORÇA” para a Linha de Texto de Crise pelo número 741-741 para ser conectado a um conselheiro qualificado.