Início do julgamento de Leilani Simon traz novas revelações sobre o caso complexo
Na manhã de segunda-feira, 4 de setembro de 2023, tiveram início as declarações de abertura no julgamento de Leilani Simon, uma mulher da Geórgia acusada de cometer uma atrocidade ao supostamente assassinar seu filho de apenas 20 meses e descartar seu corpo em uma lixeira há dois anos. As ações e decisões que levaram ao desaparecimento de Quinton Simon geraram uma grande repercussão na comunidade local, levantando questões sobre a relação entre mães e filhos e os desafios enfrentados por famílias em situação de vulnerabilidade. Simon enfrenta um total de 19 acusações, que incluem homicídio com dolo, homicídio culposo, ocultação de um corpo e emissão de declarações falsas relacionadas à morte de seu filho. Ela se declarou inocente das acusações, desafiando as alegações apresentadas pelo Ministério Público.
O desaparecimento de Quinton ocorreu na manhã do dia 5 de outubro de 2022, quando Leilani fez uma ligação para o serviço de emergência afirmando que seu filho havia sumido de seu berçário interno em sua residência, localizada nas proximidades de Savannah. Após dias de busca por parte das autoridades locais, o chefe da polícia do condado de Chatham, Jeff Hadley, anunciou que os investigadores estavam convencidos de que a criança estava morta e designaram Simon como a única suspeita no caso. As investigações se intensificaram quando a polícia e agentes do FBI direcionaram seu foco para um aterro sanitário, onde, após um mês de buscas, encontraram restos humanos que foram confirmados por testes de DNA como pertencentes a Quinton.
No início do julgamento, o promotor Tim Dean descreveu a turbulência na vida de Simon no período que antecedeu o desaparecimento de seu filho. Segundo relatos da afiliada da CBS, a WTOC-TV, o Estado alegou que existia uma relação menos afetuosa entre Leilani e Quinton em comparação com seus outros dois filhos. Dean expressou a percepção de que Simon tratava Quinton de maneira diferente, de uma forma que não era positiva. As tensões na vida de Simon eram amplificadas por seu relacionamento conturbado com o então namorado, Daniel Youngkin, que, segundo a promotoría, colocou uma pressão significativa sobre seu estado emocional, culminando em um ambiente potencialmente prejudicial para as crianças presentes na casa.
Em seu relato, Dean alegou que, nas horas que antecederam a ocultação do corpo, Simon estaria sob efeito de drogas, tendo utilizado cocaína e Percocet. O promotor insinuou que Leilani poderia ter cometido o homicídio durante um episódio de descontrole do uso de substâncias e a descreveu como tendo descartado o corpo de seu filho em uma lixeira como se fosse “um pedaço de lixo”. Dean também informou ao júri que a versão dada por Simon sobre seus movimentos e ações no dia do desaparecimento mudou diversas vezes. Posteriormente, ela alegou em uma nova declaração que poderia ter passado por um blackout e não recordava o que realmente ocorreu. Um vídeo das entrevistas policiais foi apresentado ao júri, ilustrando a natureza confusa e contraditória dos depoimentos de Simon.
Em contraste com as alegações do Ministério Público, a defesa utilizou apenas três minutos de sua declaração inicial para criticar o caso construído pelo Estado, argumentando que as evidências disponíveis não sustentam a acusação de assassinato. Robert Persse, advogado de defesa de Simon, afirmou que a conclusão de que Leilani Simon cometeu o crime não é respaldada por provas concretas, insinuando que as evidências eram baseadas em rumores e suposições. A primeira testemunha a ser ouvida pela acusação foi o Sargento Bobby Stewart, que foi o primeiro oficial a chegar ao local quando Quinton foi reportado como desaparecido. Em seu depoimento, Stewart observou a postura de Leilani, informando que sua maneira de agir não era típica de outros pais que testemunhou em casos de crianças desaparecidas.
Novas testemunhas devem ser convocadas para prestar seus testemunhos nas sessões subsequentes do julgamento, incluindo empregados do Departamento de Polícia do Condado de Chatham, além da babá de Quinton e sua filha. O caso continua a atrair atenção, gerando discussões não apenas sobre a responsabilidade penal, mas também sobre os contextos sociais e emocionais que podem levar a tragédias familiares.