“Quando a América espirra, o resto do mundo pega um resfriado.” Esta famosa expressão ilustra o impacto que a poderosa economia americana exerce sobre os negócios globalmente, refletindo também a forma como sua política externa foi conduzida durante a administração de Donald Trump. Com a recente reeleição de Trump, muitos ao redor do mundo, especialmente em capitais estrangeiras, se perguntam como sua nova administração irá moldar o cenário internacional, especialmente sob a égide de suas políticas “America First”. A curiosidade sobre como Trump poderá se diferenciar de presidências anteriores, especialmente do governo de Joe Biden, é um tema quente dentre analistas e líderes globais.

O mandato eletivo de Trump lhe concede um poder significativo para implementar suas políticas, que, à primeira vista, prometem Sérias mudanças na forma como os Estados Unidos se relacionam com o resto do mundo. Entre essas diferenças estão suas tendências isolacionistas e seu ceticismo em relação a alianças como a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Essa postura se reflete em sua intenção de revogar acordos internacionais, como o Acordo Climático de Paris, e possivelmente reavaliar o suporte dos EUA à Ucrânia em seu conflito com a Rússia.

O Posicionamento da América em Relação à China

Durante seu primeiro mandato, Trump adotou uma postura mais combativa em relação à China, rompendo com a crença anterior de que o crescimento econômico do país levaria a uma liberalização política. Em vez disso, o governo de Trump tratou a China como um rival em potencial, intensificando exercícios de “liberdade de navegação” no Mar do Sul da China e impondo tarifas a uma vasta gama de produtos chineses. O governo Biden, ao assumir, manteve essa abordagem mais dura, optando por aumentar as tarifas e reforçar acordos internacionais como o AUKUS, uma parceria trilateral entre EUA, Reino Unido e Austrália. Diante disso, é razoável supor que, durante seu segundo mandato, Trump continuará a seguir o mesmo roteiro que seu governo anterior, ampliando o cerco a Pequim.

No entanto, algumas questões cruciais na política externa parecem exibir um grau de continuidade entre o governo Trump 2.0 e a administração Biden. Um exemplo disso é a abordagem em relação a Taiwan, uma ilha que a China reivindica como parte de seu território. Durante seu primeiro mandato, Trump declarou que os EUA deveriam defender Taiwan em caso de invasão. Já Biden, em 2022, reforçou essa postura ao abandonar a política de “ambiguidade estratégica”. Agora, a posição de Trump, que já mencionou que Taiwan deveria pagar “por sua defesa”, é preocupante para muitos analistas, que se perguntam como ele se comportará se o regime de Xi Jinping decidir agir militarmente.

O Conturbado Cenário do Oriente Médio

Com relação ao Oriente Médio, as expectativas são de um certo nível de continuidade entre as administrações. Biden, embora tenha criticado publicamente o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pelo alto número de baixas civis em Gaza, não hesitou em oferecer apoio ao primeiro-ministro israelense. O governo Biden colaborou em várias ocasiões para proteger Israel em conflitos com o Irã e seus aliados. Assim, é improvável que um retorno de Trump traga uma mudança significativa nesta dinâmica, pois a relação com Israel permanecerá sólida e o tratamento de questões envolvendo o Irã poderá continuar na mesma linha.

O próprio Trump, durante seu primeiro mandato, foi responsável por decisões controversas, como a retirada dos EUA do acordo nuclear com o Irã, e sua intenção ainda é endurecer as sanções ao país, especialmente no que tange ao seu programa nuclear. Além disso, a nomeação de Mike Huckabee como embaixador em Israel indica uma possível inclinação a apoiar ainda mais as políticas de anexação no Ocidente da Jordânia.

Retorno das Tropas Americanas e Outros Temas de Política Externa

O promissor foco de Trump em retirar tropas americanas do exterior, iniciado em sua administração anterior, deve continuar em sua nova gestão, especialmente em regiões conturbadas como o Oriente Médio. O acordo de retirada do Afeganistão, que Biden implementou, pode servir como um modelo para outras operações militares em que os EUA estão envolvidos, como no Iraque. Além disso, as políticas de imigração de Trump, que incluem deportações em massa e outras medidas severas, indicarão um retorno à sua abordagem anterior. Sua escolha por um “czar” da imigração, um defensor da retórica dura em relação à imigração, delineia claramente o que está por vir.

Desafios Internos e Suas Implicações

Ademais, haverá um foco renovado em tornar os funcionários civis dos EUA empregados “à vontade”, uma ideia apresentada no “Projeto 2025”, que contempla a substituição de servidores públicos com lealdade ao presidente por leais ao Trump, o que poderá reverter anos de estruturas e serviços profissionais. As políticas adotadas terão impacto direto na habilidade dos Estados Unidos em responder a crises estrangeiras, pois sendo todos os cargos compartilhados por partidários do presidente, a competência técnica poderá ser deixada de lado em favor da lealdade.

À medida que a administração Trump 2.0 se aproxima de sua posse, pressões tanto de apoiadores quanto de opositores continuam a crescer, e terá que equilibrar suas políticas nacionais com as complexidades de um mundo em constante mudança. Em última análise, com uma abordagem “America First”, o cenário internacional poderá ser marcado por um aumento do isolacionismo e uma reavaliação austera de acordos tradicionais. Portanto, todos os olhos estarão voltados para o que está por vir à medida que o próximo capítulo da política externa americana se desenrola sob a liderança de Trump.

Então, prenda os cintos!

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