A crise financeira da rede de farmácias e suas consequências para o mercado
A Walgreens, uma das principais cadeias de farmácias e drogarias dos Estados Unidos, anunciou a decisão de fechar cerca de 1.200 de suas lojas até o ano de 2027. Essa medida drástica reflete a luta da companhia para enfrentar a forte concorrência online e os pagamentos em declínio relacionados à venda de medicamentos prescritos. Com a previsão de que aproximadamente um em cada sete estabelecimentos da rede atualmente em operação deixe de existir, a companhia informou que cerca de 500 lojas fecharão suas portas no próximo ano. Esse anúncio recente marca uma escalada significativa em relação a decisões anteriores, quando em junho deste ano, a empresa havia revelado a intenção de encerrar 300 locais considerados subdesempenhados como parte de um programa de otimização de vários anos, sob a liderança do CEO Tim Wentworth.
A situação financeira da Walgreens tem levantado preocupações, uma vez que a companhia já havia advertido que cerca de um quarto de suas lojas operava no vermelho. Na ocasião, promessas de mudanças “imediatas” foram feitas para reverter essa situação. Apesar dos desafios, a empresa conseguiu reportar vendas melhores do que o esperado no último trimestre, com uma alta de 6% em comparação ao mesmo período do ano passado. No entanto, isso não impediu a Walgreens de registrar uma perda de 3 bilhões de dólares, principalmente devido à desvalorização de uma cadeia farmacêutica na China e da prestadora de serviços de saúde domiciliar CareCitrix. A ação da Walgreens (WBA) viu um leve aumento de quase 4% nas negociações pré-mercado, embora, ao longo do ano, suas ações tenham sofrido uma queda de quase 70%.
Desafios enfrentados pelas redes de farmácias em um cenário em transformação
O fechamento das lojas ocorre em um momento particularmente desafiador para as redes de farmácias, que têm enfrentado problemas em vários fronts. Redes de farmácias renomadas, como CVS e Rite Aid, também apresentaram dificuldades financeiras nos últimos anos, com o rendimento das vendas de receitas medicamentosas em queda. Essa diminuição é atribuída a taxas de reembolso mais baixas para medicamentos prescritos e à crescente competitividade de plataformas de e-commerce, como a Amazon. Recentemente, a CVS anunciou cortes de aproximadamente 2.900 empregos como parte de um esforço para economizar 2 bilhões de dólares, adicionando-se a cerca de 5.000 reduções de cargos já divulgadas no ano anterior.
Além disso, as seções voltadas para a venda de produtos de consumo nas drogarias enfrentam pressão de concorrentes maiores, como Target, e até mesmo a expansão de redes de lojas de desconto como a Dollar General tem impactado as farmácias, especialmente nas áreas rurais. Como parte de suas estratégias para manter os clientes, a Walgreens reduziu os preços de mais de 1.000 itens em resposta à pressão inflacionária e ao desafio de reconquistar consumidores que estão cada vez mais sensíveis aos preços.
Em declaração recente, o CEO Tim Wentworth afirmou que o processo de recuperação da empresa “demorará tempo”, mas assegurou que estão confiantes de que isso resultará em benefícios financeiros e para os consumidores a longo prazo. À medida que a Walgreens se adapta a essa mudança no cenário competitivo e às novas tendências de consumo, sua capacidade de inovar e atender às necessidades de um público cada vez mais exigente será crucial para sua sobrevivência e sucesso futuro. Este é um assunto em desenvolvimento e novas atualizações devem ser esperadas à medida que a situação evolui.