A cidade de Nova York, conhecida por sua resiliência e dinamismo, está enfrentando um ano atípico, com uma série de desastres naturais que parecem ter saído de um filme de ficção científica. Tornados, um terremoto e uma temporada de incêndios florestais extremos estão mexendo com a estrutural da vida urbana e rural. A situação é tão grave que os residentes se perguntam: o que está acontecendo com o clima? E como isso afeta a vida cotidiana? É nesta contextura que os moradores de Greenwood Lake, Nova York, estão tentando entender a perplexidade da natureza e os efeitos das mudanças climáticas que parecem estar se intensificando.
No último domingo, John Towsen e sua esposa, Riley Kellogg, enfrentaram uma situação de apreensão quando um incêndio florestal se aproximou de sua casa em Greenwood Lake, a cerca de 35 milhas ao noroeste de Nova York. Pressionados pela situação, o casal teve que evacuar rapidamente. “Não sabemos se voltaríamos para casa ou não”, Towsen confessou, refletindo sobre a incerteza que a situação trouxe. Três dias depois, enquanto se encontrava diante de sua residência, ele observou os bombeiros ainda combatendo as chamas que ameaçaram sua vizinhança. “É meio milagroso que ainda temos uma casa e somos muito gratos por isso”, acrescentou Kellogg, um testemunho do alívio em meio ao pânico.
Porém, não foi apenas o incêndio que deixou os moradores em estado de alerta. O último ano trouxe uma sequência de desastres naturais, começando com um terremoto de 4,8 graus de magnitude que abalou a região em abril. Em maio, um microburst, que pode causar danos semelhantes aos de um tornado, destruiu imóveis locais. “Os desastres que estamos experienciando são um alerta sobre o que está acontecendo em uma escala global, e como nossas ações têm impacto direto sobre nossas vidas”, destacou Kellogg. Isso nos leva a refletir sobre a interconexão entre nossos hábitos cotidianos e suas repercussões no meio ambiente.
Até o momento, o estado de Nova York tem enfrentado 13 incêndios florestais, abrangendo mais de 5.000 acres. O incêndio Jennings Creek/Sterling State Park, em particular, se destacou, devastando áreas ao longo da fronteira entre Nova Jersey e Nova York. A luta contra esses incêndios se agrava ainda mais com a trágica notícia da morte de um voluntário do Corpo de Bombeiros, que perdeu a vida enquanto respondia a um incêndio em Greenwood Lake. Este evento trágico não é um isolado; o impacto humano destes desastres não pode ser subestimado.
O clima no Nordeste dos EUA não tem sido generoso. Nova York registrou apenas 0,01 polegada de precipitação em outubro de 2023, tornando-se o mês mais seco desde que os registros começaram, em 1869. O Central Park, que normalmente recebe mais de 8,5 polegadas de chuva em setembro e outubro, viu apenas cerca de 1,5 polegada no mesmo período deste ano. A escassez de chuvas levou a um aumento significativo das condições de seca – cerca de 55% da região atualmente enfrenta algum nível de seca. Enquanto isso, o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu alertas de bandeira vermelha para mais de 50 milhões de pessoas na última semana, incluindo residentes das grandes cidades, como Washington D.C., Filadélfia, Nova York e Boston.
mudanças climáticas: um combustível para a temporada extrema de incêndios
O calor extremo, as inundações severas e os incêndios florestais são os novos padrões que os especialistas em clima estão prevendo. “Tudo está ficando cada vez mais estranho”, disse Stephanie Spera, professora assistente de geografia, ambiente e sustentabilidade na Universidade de Richmond. O conceito de “Global Weirding”, que reflete a mudança de padrões climáticos normais, é um lembrete de que os eventos meteorológicos extremos se tornaram parte da realidade cotidiana. A interação entre calor e umidade, gerada em parte pelo aquecimento global, está aumentando a frequência e a intensidade de fenômenos como tornados e incêndios florestais. E de acordo com o National Weather Service, um recorde de 32 tornados foi relatado em Nova York este ano, quase uma triplicação em comparação aos 10 registros de 2023.
As consequências dos desastres naturais também revelam a falta de preparação e percepção ambiental em algumas comunidades. Tom Howley, o prefeito de Greenwood Lake, expressou sua preocupação: “Nós temos neve, chuva e fogo, mas não lidamos com extremos. Essa é a situação mais extrema que já vi”. A predição de mais incêndios e desastres naturais na região significa que os moradores precisam estar mais atentos aos alertas e as persuasões para não provocarem incêndios com comportamentos descuidados.
Os residentes como Maureen e Esler VanHouten sentem o impacto emocional e físico de viver sob sensação constante de perigo. Observando os caminhões de emergência passarem, eles compartilharam a insegurança que permeia a comunidade. “É sua casa e você tem tanto medo do que pode acontecer. Nós temos tantas memórias aqui”, disse Maureen, ressaltando a profundidade do apego ao lugar que chamam de lar. O nexo entre os seres humanos e o ambiente nunca foi tão claro até agora: enquanto a população continua a contribuir para a poluição e o aquecimento global, uma mudança significativa na consciência e ações em nível individual e governamental será crucial para moldar um futuro aguardado.
À medida que as canções de alerta sobre o clima se tornam uma sinfonia cada vez mais intensa, a mensagem é clara: temos de cuidar de nosso planeta. E agora, mais do que nunca, a ação precisa acontecer não apenas em discursos, mas na vida real. Pense no futuro que você deseja para seus filhos e netos. Afinal, a Terra é a única casa que temos, e vale a pena proteger.