[Esta história contém grandes spoilers do finale da temporada de Cross.
A série Cross, disponível no Prime Video, surpreendeu os espectadores com seu enredo repleto de emoções e reviravoltas, comandada por Ben Watkins. Logo na cena de abertura, os telespectadores se deparam com a trágica morte da esposa do detetive Cross, interpretado por Aldis Hodge, em um crime brutal durante um momento que deveria ser de descontração entre amigos. A partir desse ponto, a série não poupa esforços para explorar o luto de Cross enquanto ele tenta capturar um serial killer carismático e manipulador chamado Ed Ramsey, vivido por Ryan Eggold, e ao mesmo tempo desvendar a ameaça proveniente de um suposto stalker que parece estar visando sua família de forma alarmante.
No decorrer dos oito episódios, a sombra do luto persegue Cross, mas isso não é apenas uma carga emocional para o protagonista. É uma narrativa que se entrelaça com a sua história e a de seus entes queridos, como John Sampson, seu amigo e parceiro também interpretado por Isaiah Mustafa, e sua nova paixão, Elle, encarnada por Samantha Walkes. A ligação entre Cross e Sampson se intensifica quando a dor da morte de sua esposa à superfície, mostrando que a amizade masculina se mistura com os desafios que ambos enfrentam frente aos traumas e às cicatrizes que a tragédia traz.
Desenvolvendo a narrativa de ‘Cross’ e seu impacto
Em uma entrevista, Ben Watkins compartilha que havia um plano traçado por quatro anos para a série, onde ele acomodou dois antagonistas para a primeira temporada de forma consciente. Essa estratégia não apenas serviu para manter o público cativado, mas também para permitir que o enredo evoluísse de maneira complexa, onde um dos vilões é revelado de maneira surpreendente apenas no finale. A presença dessa intricada trama envolve tanto os sentimentos do protagonismo quanto as questões sociais contemporâneas, abordando a relação entre a polícia e as comunidades negras, um tema que tem ganhado cada vez mais atenção nas discussões atuais.
Construindo personagens e suas dinâmicas
O envolvimento de Watkins no projeto começou com um convite feito por um executivo da Paramount, e levou à sua reunião com a Amazon, onde ele percebeu a profunda conexão que seria criada entre as complexas instituições sociais e os personagens na narrativa. Watkins decidiu não se esquivar dos temas polêmicos, em vez disso, ele inclinou-se para eles, criando uma conversa através de suas tramas que abordam com sensibilidade as interações entre a justiça e as questões raciais. Para ele, o ponto focal de Cross é que os espectadores não apenas sigam os mistérios, mas se apeguem emocionalmente aos personagens que eles representam, mostrando vulnerabilidades notáveis mesmo em meio ao caos.
Cliffhanger e o futuro da série ‘Cross’
Ao final da primeira temporada, um cliffhanger perturba a paz de Cross quando a agente Kayla Craig, interpretada por Alona Tal, se revela como uma figura ambígua cuja lealdade é incerta. Essa pauta de tensão pode abrir portas para novos conflitos e dilemas morais no enredo da próxima temporada, que já foi confirmada. Técnicas de narrativa foram habilmente inseridas para garantir que o público permaneça intrigado e informado sobre as direções que a história tomará nos próximos episódios. Assim, a expectativa pelo desenrolar dessa trama complexa e rica em nuances pelo universo de Cross promete dar aos fãs algo para se divertir e debater por muito tempo.
Considerações finais e considerações sobre o futuro
Com os episódios da primeira temporada já disponíveis no Prime Video e uma segunda temporada confirmada, o convite de Ben Watkins para os espectadores é simples: venham por um crime e fiquem pelas histórias humanas envoltas nessa trama intrigante. A estrutura meticulosa que construí desde a fundação de Cross visa entrelaçar cada aspecto, fazendo-nos ansiar por mais e mais. A narrativa não se detém apenas na resolução de cada mistério; é um convite a entender e sentir a jornada de cada personagem em seu percurso é uma reflexão das experiências humanas contemporâneas.