A Califórnia está em um processo de mudança significativa ao remover a palavra “squaw”, considerada um termo pejorativo dirigido às mulheres indígenas, de uma série de nomes de lugares em 15 condados do estado. Essa decisão, anunciada por agências estaduais, representa um passo importante rumo à inclusão e ao respeito pelas comunidades nativas americanas. O termo, que tem conotações raciais e ofensivas, foi amplamente utilizado em mais de 100 nomes de parques, edifícios, ruas e outras características geográficas ao longo das décadas.
Essa iniciativa legal vem como resultado da aprovação da Assembleia Legislativa da Califórnia da Lei Assembly Bill No. 2022, que foi assinada pelo governador Gavin Newsom em 2022. A legislação exige que todos os nomes geográficos e lugares em todo o estado deixem de usar o termo a partir de 1º de janeiro de 2025. Essa medida é parte de esforços mais amplos em nível nacional que visam identificar e substituir termos pejorativos em características geográficas, ressaltando um reconhecimento crescente da necessidade de respeitar as culturas indígenas.
A mudança de nomes está planejada para entrar em vigor em um futuro próximo e será implementada em consulta com as tribos indígenas da Califórnia, conforme declarado pela Agência de Recursos Naturais da Califórnia (CNRA). O CNRA enfatizou que a atualização dos nomes é um marco significativo para as mulheres nativas americanas e que as denominações de lugares devem refletir a história e a cultura compartilhadas, sem ofender comunidades ou perpetuar a discriminação. Wade Crowfoot, secretário da CNRA, destacou a importância de corrigir um erro histórico contra as comunidades indígenas da Califórnia, que representam cerca de 1,7% da população do estado, de acordo com dados do Censo dos Estados Unidos de 2022.
As mudanças contemplarão uma variedade de locais, incluindo estações de bombeiros, pontes e estradas em várias localidades, sendo mais de 30 locais já identificados para renomeação. Essa mudança é apoiada amplamente por tribos nativas, defensores de direitos civis, educadores e outros, como mencionado pelo autor do projeto de lei, James C. Ramos. Segundo Ramos, nenhum legislador votou contra a proposta, um sinal claro de que muitos reconhecem a inaceitabilidade do uso desse termo na Califórnia.
Além disso, se os governos locais não conseguirem sugerir um novo nome dentro de 180 dias após a data mencionada, uma comissão e órgãos consultivos intervirão para recomendar um novo nome. Algumas alterações no estado já estão sendo feitas; West Sacramento, por exemplo, colabora com uma tribo para alterar a terminologia de duas de suas ruas, com a efetivação prevista para o início de 2025. Essa ação ilustra um movimento crescente em todo o país que revisita e repensa a forma como as comunidades indígenas são representadas nos nomes dos locais.
Por fim, essa movimentação na Califórnia não é um ato isolado, mas parte de um contexto mais amplo onde os Estados Unidos têm reavaliado a linguagem e os símbolos que perpetuam a discriminação e o racismo, em busca de um país que reconhece e valoriza a diversidade de suas comunidades. Ao eliminar termos ofensivos de seu vocabulário público, a Califórnia está oferecendo um exemplo notável de como a legislação pode ser utilizada como ferramenta para promover a inclusão e a justiça social. É um esforço que merece ser visto como um passo positivo em direção a um futuro onde todos, independentemente de sua origem, podem ser respeitados e reconhecidos.