a busca por voz própria em meio à concorrência acirrada

Durante a 68ª edição do BFI London Film Festival, Katie Goodson-Thomas, a principal executiva da Searchlight Pictures, compartilhou insights significativos sobre o papel de sua produtora em um mercado desafiador e competitivo. Apesar da pressão diária para se manter à frente de titãs como Netflix, Amazon e Apple, Goodson-Thomas enfatizou que é a paixão por contar histórias e uma abordagem humanizada que tornam a Searchlight Pictures um estúdio diferenciado. Com uma equipe reduzida no Reino Unido, composta apenas por oito funcionários, dos quais quatro são advogados, a executiva enfatizou a flexibilidade e a colaboração da equipe. As discussões sobre a evolução da Searchlight sob a propriedade da Walt Disney Company também foram proeminentes, ressaltando a liberdade criativa que a empresa ainda mantém.

liberdade criativa e o compromisso com a diversidade no cinema

Goodson-Thomas afirmou que a Disney proporciona à Searchlight total liberdade criativa, possibilitando que mantenham seu estilo distintivo. Contudo, o contato mais próximo com a corporação trouxe uma consciência renovada sobre a importância da marca. A executiva destacou que a estrutura da empresa é colaborativa e que todos têm voz nas decisões criativas, evitando a sensação de que a influência de executivos da matriz possa comprometer as visões dos cineastas. Além disso, a equipe comemorou 30 anos de histórias, durante os quais atendeu a cineastas, ajudando-os a concretizar projetos que traduzem suas visões pessoais.

Durante o festival, Goodson-Thomas apresentou dois filmes da Searchlight, incluindo “A Real Pain”, com Jesse Eisenberg e Kieran Culkin, que destaca o equilíbrio entre humor e mensagem que caracteriza muitas das produções do estúdio. Outro filme, “Nightbitch”, protagonizado por Amy Adams sob a direção de Marielle Heller, apresenta uma comédia satírica que investiga questões sobre a maternidade. O estúdio também tem se empenhado em manter um compromisso firme com a representatividade, inclusão e sustentabilidade em suas obras.

a busca contínua por projetos desafiadores e inovadores

Goodson-Thomas refletiu sobre “All of Us Strangers”, lembrando a empolgação ao receber o roteiro e sua vontade de trabalhar com o diretor Andrew Haigh. O processo de elenco foi essencial, levando a escolhas acertadas que uniram Paul Mescal e Andrew Scott, formando uma dupla que, segundo a executiva, exibe uma química excepcional nas telas. Além disso, ela reforçou que a diversidade e a inclusão são princípios orientadores na busca por projetos que represente comunidades sub-representadas, ao mesmo tempo que se esforça para produzir filmes comercialmente viáveis.Adicionalmente, a responsável pelo estúdio indicou que a flexibilidade nas decisões financeiras é uma marca da Searchlight. Reconhecendo que fazer filmes envolve riscos intrínsecos, sua equipe está sempre em busca de novas oportunidades. O projeto “The Roses”, com Benedict Cumberbatch e Olivia Colman, traz uma nova perspectiva sobre “The War of the Roses”, enquanto um filme em desenvolvimento por Bradley Cooper, que é inspirado na vida de John Bishop, promete abordagens inovadoras na narrativa cinematográfica.

desafios do futuro e a adaptação às novas tecnologias

Na sua análise sobre o futuro da indústria cinematográfica, Goodson-Thomas reconheceu as inquietantes implicações da inteligência artificial, ressaltando a importância de encontrar formas de utilizar essa tecnologia a favor da humanização do processo criativo. Ela manifestou que, apesar das previsões sombrias sobre o futuro dos cinemas, estes ainda se encontram em uma fase de crescimento, e espera que a audiência continue a apoiar filmes desafiadores e inovadores. A executiva alertou que, para manter a saúde do setor de cinema independente, é fundamental que o público retorne às salas de exibição e aprecie propostas cinematográficas que fugem do convencional.

Por fim, quando questionada sobre qual seria sua carreira alternativa se não estivesse envolvida no mundo do cinema, Goodson-Thomas brincou ao afirmar que provavelmente seria terapeuta. Essa afirmação revela não apenas seu senso de humor, mas também um profundo entendimento do papel emocional e catártico que o cinema desempenha na sociedade. Em um ambiente cada vez mais dominado por plataformas digitais, a busca pela conexão humana e pela arte genuína continua sendo o pilar fundamental da Searchlight Pictures.

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