“`html
Na última segunda-feira, a Canal+, serviço de TV por assinatura do conglomerado de mídia e telecomunicações francês Vivendi, delineou suas crenças e estratégias principais de negócios em um evento transmitido ao vivo, às vésperas de sua separação planejada da Vivendi para se tornar uma empresa listada na bolsa de Londres.
Entre as ideias centrais apresentadas pelo CEO Maxime Saada, destaca-se a crença no potencial da franquia Paddington, bem como uma ousada “estratégia de super-agregação”, que Saada comparou à arte do judo, e uma postura firme em relação à disciplina de custos e gastos.
“Eu vi concorrentes entrarem e saírem do mercado. O que todos têm em comum é o excesso de gastos”, afirmou Saada durante o evento. Ele destacou que o momento crucial para uma empresa é na hora de assinar um cheque. “Gastar em excesso em conteúdo, tecnologia ou aquisições é o que acaba com muitas empresas”, enfatizou o CEO. “Na Canal+, não acreditamos no que alguns chamam de gastos estratégicos, a menos que esses gastos mostrem um impacto positivo claro nos nossos resultados financeiros.”
Outra crença fundamental da Canal+ que Saada destacou é a importância de ter um portfólio diversificado de conteúdo. Ele afirmou que a abordagem de multi-conteúdo oferece uma proposta de valor única, permitindo que a empresa atenda a todos os segmentos de uma família, otimizando receitas médias por usuário (ARPU) e lealdade. Ele citou o exemplo da pandemia de COVID-19, quando os esportes estavam indisponíveis, e as greves de Hollywood, que resultaram em escassez de originais dos EUA, como momentos que validaram essa estratégia.
“A nossa proposta de valor de várias camadas de conteúdo é vitoriosa porque permite que reduzamos a dependência de qualquer categoria de conteúdo. Eu sempre acreditei que essa agilidade é essencial”, enfatizou Saada. Com uma presença em mais de 50 países e 27 milhões de assinantes, a empresa enfatiza a tomada de decisões rápidas e a capacidade de mudar de rumo conforme necessário.
Saada também destacou a importância de “controlar a distribuição” e como a escala se complementa a uma abordagem local efetiva. Ele ainda declarou que a Canal+ possui responsabilidade social, indo além do desempenho financeiro, e isso inclui seu impacto no meio ambiente e na sociedade.
A famosa franquia Paddington foi mencionada, com o personagem parecendo na tela com detalhes sobre novos projetos da Canal+, incluindo o próximo filme intitulado Paddington in Peru.
Saada, durante o evento, também se referiu à Netflix como parte de suas observações sobre o cenário em mudança dos serviços de streaming. Ele recordou que, quando um novo modelo de negócios começou a se apresentar, a Canal+ o viu não como uma ameaça, mas como uma oportunidade. Essa visão proativa permitiu que a empresa fosse uma das primeiras operadoras a integrar o Netflix em sua plataforma.
Saada fez uma análise sobre a evolução da TV paga na França, mencionando que a penetração passou de 35% para 71% nos últimos oito anos, um claro reflexo do impacto positivo dos serviços de assinatura. Ele ainda ressaltou que a Canal+ não vê apenas a competição, mas procura estabelecer parcerias que beneficiem os consumidores em geral.
A separação da Canal+ da Vivendi está agendada para votação no dia 9 de dezembro, um passo que promete realçar o potencial de desenvolvimento das atividades do conglomerado, que inclui um plano ambicioso de crescimento na África com a aquisição da MultiChoice. Se aprovada, essa ação terá um impacto significativo no perfil financeiro e na estratégia de expansão da empresa.
A expectativa de crescimento da Canal+ para 2024 é manter uma trajetória semelhante à de 2023, apesar de alguns desafios, incluindo o fim da transmissão do canal C8 em França e a rescisão de contratos onerosos de conteúdo. O CEO finalizou afirmando que, se a aquisição da MultiChoice for concretizada, isso poderia se tornar um motor de crescimento significativo no Médio Oriente e África, sublinhando a ambição da empresa de solidificar sua posição no mercado global.
“`