À medida que os injetáveis GLP-1, populares no controle de peso, ganham cada vez mais adeptos, uma questão intrigante permeia as mentes de muitos: afinal, é prudente deixar de lado o uso dessas medicações para aproveitar as delícias das ceias de fim de ano? Especialmente em um contexto em que os alimentos típicos de festividades, como o famoso torta de abóbora, os acompanhamentos saborosos e numerosos aperitivos, se fazem presentes, a discussão ganha relevância. A potências desses medicamentos na área da saúde, no entanto, traz à tona um debate que requer atenção: os riscos associados a essa prática e as implicações para o tratamento e manutenção do peso. O Dr. Armando E. Castro-Tié, Vice-Presidente do Sistema de Cirurgia do Northwell Health, compartilhou insights valiosos sobre o assunto, levantando a reflexão sobre o impacto das decisões que tomamos em relação ao nosso tratamento.

Os medicamentos como Wegovy, Mounjaro e Ozempic atuam no cérebro para reduzir o apetite, o que altera a maneira como uma pessoa se relaciona com a comida. A incapacitação do apetite pode, surpreendentemente, acabar tornando a comida menos atrativa, um efeito que pode revelar-se desastroso para aqueles que tentam desfrutar da fartura típica das festividades. Em um cenário onde a tentação é imensa, a dúvida é se os indivíduos devem continuar tomando suas doses regulares ou permitir-se pular uma ou duas aplicações para saborear os prazeres gastronômicos da data.

De acordo com o Dr. Castro-Tié, a questão principal reside no entendimento do propósito dessas medicações: “Você pode fazer praticamente qualquer coisa. Mas o que devemos nos perguntar é: por que você faria isso?”. Ele enfatiza que a orientação médica deve ser o norte na tomada de decisões, especialmente em um contexto festivo. As recomendações médicas que acompanham a utilização dessas medicações devem ser respeitadas, permitindo que o paciente incorpore hábitos saudáveis ao seu estilo de vida. Comendo porções menores e equilibradas, é possível desfrutar da refeição festiva sem comprometer o tratamento.

Uma das preocupações expressas por pacientes é o medo de comer demais e acabar enfrentando efeitos colaterais adversos, como náuseas ou até vômitos. Nesse sentido, o Dr. Castro-Tié ressalta: “Se você teme comer em excesso e se sentir mal, é um sinal de que precisa interpretar melhor o uso da medicação”. O uso consciente e colaborativo do medicamento junto a profissionais de saúde é fundamental para garantir que os esforços de gerenciamento de peso sejam sustentáveis e eficazes. “Qualquer esforço para controle de peso funciona em parceria com o indivíduo, mas não independentemente dele”, sugere o especialista, um lembrete importante que muitos podem estar negligenciando.

Além dos efeitos imediatos de interromper a medicação, existe o risco de efeitos colaterais ainda mais sérios. O aumento do apetite e a recuperação de peso são riscos eminentes, e não só isso: “É importante garantir que não haverá algum tipo de efeito rebote relacionado à sua insulina. Alguns pacientes podem experimentar alterações drásticas nos níveis de insulina, resultando em picos ou quedas inesperadas.”

Nas festividades, a comemoração dos pratos típicos pode levar os indivíduos a ignorar as consequências de um consumo excessivo. A desintoxicação do organismo após um período em que o apetite foi amplamente controlado pode se intensificar, levando à experiência de mal-estar e desconfortos severos, como cãibras ou dores abdominais. O Dr. Castro-Tié acrescenta que em casos em que os pacientes interrompem a medicação, ao retornarem, podem enfrentar efeitos colaterais diferentes dos que tinham antes, como refluxo ou constipação severos.

Em última análise, o médico sugere que a melhor abordagem consiste em manter um diálogo aberto com profissionais de saúde. As informações obtidas por meio de pesquisas não substituem a orientação impostas por profissionais capacitados e familiarizados com o histórico médico de cada paciente: “Você não pode esperar que o que o Dr. Google diz se aplique a você”. Durante um período repleto de celebrações, é fundamental ponderar as decisões relacionadas à saúde para que as reflexões sobre bem-estar sejam aproveitadas juntamente com a alegria dos encontros festivos.

Assim, fica claro que, embora seja tentador sacrificar a rotina de medicações para saborear as delícias das festividades, as consequências podem ser indesejáveis. A prudência, aliada a um aconselhamento médico adequado, pode garantir não apenas um Thanksgiving ou um Natal agradável, mas também a continuidade de uma jornada de saúde sustentada.

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