A renomada atriz Rebecca Hall fez uma reflexão profunda sobre suas declarações passadas a respeito de sua participação no filme Woody Allen, intitulado A Rainy Day in New York.
O filme, que foi lançado em 2019, contava com um elenco estelar que incluía Timothée Chalamet, Jude Law e Elle Fanning. Hall, que desempenhou um papel menor na produção, enfrentou um dilema ético quando sua conexão com Allen se tornou mais controversa após as revelações de alegações de abuso sexual e a investigação de Harvey Weinstein. Ela expressou seu arrependimento em um post no Instagram, onde admitiu que a decisão de atuar no filme a fez sentir-se culpada por silenciar outras mulheres. Ela declarou, “Regret this decision and wouldn’t make the same one today” (Lamento essa decisão e não tomaria a mesma hoje).
Recentemente, em uma entrevista ao Guardian, Hall voltou a discutir suas palavras e sentimentos, abrindo seu coração sobre as consequências de sua declaração inicial. “Eu luto com isso. É muito diferente de mim fazer uma declaração pública sobre qualquer coisa. Eu sou uma artista, isso é política para mim. Eu não me considero uma ativista, não sou essa pessoa”, disse ela.
Esta reflexão levou-a a questionar se deveria ter sido responsabilizada por suas decisões e a necessidade de se pronunciar publicamente sobre os problemas de Weinstein e Allen. Durante a gravação de uma cena com Jude Law, Hall estava ciente do ambiente hostil que a cercava, especialmente com a imprensa se concentrando na relação de Allen com as acusacções que pesavam sobre ele. “Havia um grande número de jornalistas e paparazzi perto de mim, e eu estava fazendo um comentário sobre a situação de abuso no momento”, lembrou.
Embora Hall tenha doado parte de seu salário para o Time’s Up Legal Defense Fund como forma de se distanciar do que vivia ao trabalhar no filme, ela afirmou que seu discurso foi mal interpretado publicamente. “Estou feliz por ter a oportunidade de trabalhar com Woody Allen, que foi gentil comigo. Não me arrependo disso. Eu desejo que tenha sido visto sob essa perspectiva”, confidenciou, revelando uma visão mais equilibrada de sua experiência.
Ao relembrar seu papel no filme, Hall reconheceu que suas intenções originais não estavam em desacordo em denegrir a figura de Allen, mas destacar o valor de acreditar nas mulheres. “Naquele momento, eu sentia que era importante apoiar as mulheres que falavam. Claro que há nuances, mas a essência era dar voz a quem precisa ser ouvido”, comentou.
Quando questionada sobre o que diria hoje se estivesse na mesma posição, sua resposta foi clara: “Eu não diria nada. Meu papel deve ser simplesmente ser uma artista. Não quero estar na posição de julgar ou condenar ninguém, isso não é o meu lugar.”
Desde então, outros atores como Griffin Newman e Timothée Chalamet também se manifestaram após a controvérsia, doando seus salários a várias causas sociais, indicando um movimento mais amplo de reflexão e responsabilidade na indústria cinematográfica frente a questões de assédio e abuso.