O cenário do capital de risco em 2024 tem se mostrado dinâmico e surpreendente, com diversos fundos de investimento passando por mudanças significativas em seu quadro de colaboradores. Figuras proeminentes, como Keith Rabois e Ethan Kurzweil, estão se movendo entre os mais respeitados institucionais de capital de risco, ou mesmo criando seus próprios fundos. Essas movimentações têm gerado um burburinho nos círculos financeiros, especialmente porque, no universo do capital de risco, as transições não são tão frequentes, especialmente para aqueles que alcançaram o nível de parceiro ou parceiro-geral.

Normalmente, os fundos de capital de risco têm ciclos de vida que se estendem por dez anos. Os parceiros têm várias razões para permanecer engajados durante esse período. Algumas vezes, há um chamado “key man” nos fundos, o que significa que a saída de parceiros-chave pode permitir que os investidores retirem seus recursos. Além disso, muitos parceiros têm dinheiro próprio investido em seus fundos, o que aumenta ainda mais o incentivo para a continuidade no cargo. Contudo, em 2024, as movimentações têm sido muitas e, curiosamente, intensas.

A partir de novembro, a Andreessen Horowitz fez algumas adições notáveis à sua equipe. No dia 5, anunciaram a inclusão de Brian Roberts como parceiro-geral, com foco nos fundos de American Dynamism e AI Apps. Roberts já havia exercido funções de CFO em empresas notáveis como Splunk e Lyft. Também nesse mesmo dia, Andy McCall foi nomeado parceiro-geral, trazendo sua experiência de papéis diversos na Samsara, uma renomada empresa de tecnologia na nuvem.

Outras movimentações significativas ocorreram em outubro. No dia 15, Paris Heymann decidiu deixar sua posição como parceiro na Index Ventures para se tornar co-gerente na J.P. Morgan, onde atuará dentro da prática de capital de risco e crescimento. Heymann foi peça fundamental na inauguração do escritório da Index em Nova York em 2022, possui um sólido histórico no setor. Já no dia 9, Julian Eison optou por se afastar de sua posição como sócio na Next Ventūres, revelando sua intenção de refletir sobre suas próximas ações.

Durante o mês de setembro, a Andreessen Horowitz também ganhou um novo parceiro: James da Costa, que se uniu ao time para focar em software B2B e serviços financeiros. Isso marca a primeira incursão de da Costa no mundo do investimento de risco, após a co-fundação do Fingo, um neobanco africano. Outro nome em destaque foi Jacob Westphal, que deixou a Andreessen Horowitz para se tornar líder de portfólio na Will Ventures.

Agosto também foi um mês de transformações. A Freestyle VC anunciou a chegada de Maria Palma, ex-parceira da Kindred Capital em Londres. Palma já havia apoiado empresas como Moov e Novo, e seu papel será crucial para fomentar novas startups na Califórnia. Já no mês de julho, Alex Cook começou a se preparar para deixar a Tiger Global após quase sete anos de atividade, onde liderou transações expressivas em startups renomadas.

Valiosas adições também ocorreram na Bessemer Venture Partners, que recebeu Lauri Moore como parceira, enquanto a DCVC trouxe Milo Werner para liderar sua prática de investimento em clima, em um momento onde o financiamento de tecnologia sustentável é mais crítico do que nunca. No entanto, não foram apenas novas adições; algumas saídas foram igualmente significativas. Anne Lee Skates anunciou sua saída da Andreessen Horowitz, onde atuou por quatro anos, em busca de um novo propósito em sua carreira.

Até mesmo as movimentações de maio e de meses anteriores demonstraram a volatilidade deste espaço. Alison Stillman, do Serena Ventures, e Terri Burns, que lançou a Type Capital, deixaram suas respectivas funções para explorar novas oportunidades de investimento. Além disso, no início do ano, Keith Rabois perpetuou uma mudança significativa ao deixar o Founders Fund para retornar à Khosla Ventures, onde anteriormente era diretor administrativo.

As movimentações de investidores no capital de risco indicam tanto a busca por novas oportunidades como uma ampliação das possibilidades que o cenário empreendedor oferece. O fato de que agora os investidores se sentem mais confortáveis em explorar novos horizontes ou retornar a lugares conhecidos demonstra uma mudança cultural dentro do setor. As próximas transições e os projetos progressistas sendo desenvolvidos têm o potencial de mudar o panorama do empreendedorismo e da inovação.

Assim, 2024 já se destaca como um ano de transformações significativas dentro do capital de risco, e as mudanças ainda estão longe de terminar. A equipe do TechCrunch está acompanhando de perto essas movimentações, e atualizações adicionais serão fornecidas à medida que novos desenvolvimentos forem anunciados.

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