O novo documentário de dois episódios e quatro horas sobre Leonardo da Vinci apresenta o renomado diretor Ken Burns em um território desconhecido, afastando-se de sua habitual narrativa sobre a história americana. Com a colaboração de seus frequentes parceiros, Sarah Burns e David McMahon, esta produção é uma exploração não apenas da vida de um dos maiores gênios da história, mas também de seus processos intelectuais e artísticos. Embora o documentário não reformule a identidade de Burns como o cronista da cultura americana, ele traz uma abordagem mais rica e multifacetada sobre o artista renascentista.

Os diretores têm uma tarefa avassaladora ao tentar capturar a essência de um homem que era, simultaneamente, um artista e um cientista. Como Guillermo del Toro menciona na obra, o modo como absorvemos o mundo é instantâneo e multifacetado, refletindo o impacto simultâneo e glutonoso que se pode encontrar nos cadernos de da Vinci. Este aspecto se destaca, pois Burns e sua equipe tentam apresentar da Vinci não apenas como uma figura histórica, mas como um homem cujo legado ainda ressoa em nossas inovações contemporâneas.

Os cadernos de da Vinci, com seu notório texto espelho, servem como a espinha dorsal do documentário, explorando suas observações sobre a natureza, matemática e anatomia. Através de edições com telas divididas, nunca antes uma importante estética na obra de Burns, o documentário permite que o público visualize os saltos criativos que da Vinci fez em suas inovações. Essa abordagem traz um novo fôlego às explorações do artista, tornando seu trabalho mais acessível e dinâmico.

O documentário caminha através de uma seleção de especialistas que enriquecem a narrativa. Celebridades como Del Toro, engenheiros e cirurgiões oferecem suas percepções, ligando suas experiências modernas ao trabalho extraordinário de da Vinci. A riqueza de indivíduos presentes enriquece a obra, fazendo com que a audiência se sinta como se estivesse em uma galeria sob a orientação de um erudito, que oferece uma nova perspectiva sobre as obras mais famosas, como A Última Ceia e a Mona Lisa.

Embora a produção de Ken Burns seja envolvente, ela encontra desafios ao tentar compreender a vida pessoal de da Vinci. O foco em biografias e a especulação em torno de sua sexualidade, assim como suas relações pessoais, podem parecer menos convincentes em comparação ao fascinante mergulho em sua arte e invenções. Os dois primeiros episódios, que lidam mais com esses aspectos da vida no passado, podem ser percebidos como menos impactantes do que os subsequentes, que capturam a magnitude de sua genialidade e a interconexão de seus trabalhos.

A produção, que estreará na PBS no dia 18 de novembro, promete cativar o público com uma nova visão sobre um dos maiores gênios de todos os tempos. Essa nova abordagem de Ken Burns não apenas humaniza da Vinci, mas também ressalta sua relevância contínua neste século.

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Em resumo, ‘Leonardo da Vinci’ não é apenas um documentário sobre um artista; é uma celebração da curiosidade insaciável que define a natureza humana. Apesar das dificuldades enfrentadas ao apresentar a vida pessoal de da Vinci, a obra oferece uma visão fascinante sobre seu trabalho, ressaltando a interseção entre arte e ciência. À medida que a audiência se prepara para essa nova descoberta, é seguro afirmar que Ken Burns e sua equipe trouxeram à tona um dos maiores nomes da história de forma inovadora e provocativa, refletindo, assim, a genialidade atemporal de Leonardo da Vinci.

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