Nova York — O mundo do turismo perdeu um de seus maiores ícones, Arthur Frommer, que faleceu aos 95 anos devido a complicações com pneumonia, conforme informado por sua filha, Pauline Frommer. O legado que Arthur deixa não é apenas uma série de guias de viagem; é uma filosofia que transformou a forma como os americanos viajam, democratizando o turismo internacional e tornando-o acessível a todos, e não apenas aos endinheirados.
Desde o lançamento do seu famoso guia “Europa por 5 Dólares por Dia”, em 1957, Frommer abriu as portas para que milhares de pessoas explorassem o continente europeu com um orçamento limitado. Pauline descreveu seu pai como alguém que “abriu o mundo para muitas pessoas”, ressaltando sua crença de que viajar poderia ser uma atividade enriquecedora e não deveria necessitar de um grande orçamento. Essa ideia ressoou fortemente entre vilões de todo o mundo, incentivando uma nova geração a explorar além das fronteiras dos Estados Unidos.
O viajante assíduo começou sua carreira na escritura durante seu tempo no Exército dos EUA na Europa, na década de 1950. Após o sucesso de um guia que ele escreveu para soldados americanos, ele decidiu publicar sua própria obra. Esse dica inicial logo se transformaria em uma das marcas mais respeitadas na indústria de viagens. A partir do conceito de viagens acessíveis, Frommer inovou ao sugerir que os turistas pudessem optar por hospedagens em pousadas e pequenos hotéis, utilizar transporte público e comer em cafés locais, em vez de frequentar restaurantes sofisticados e resorts de luxo. Ele acreditava que as viagens econômicas proporcionavam experiências mais autênticas e memoráveis.
A popularidade das guias de Frommer não parou por aí. Naquela época, a aviação comercial estava se expandindo rapidamente, e as viagens de avião se tornavam mais viáveis para o cidadão comum, ao contrário dos longos e caros cruzeiros transatlânticos. Como resultado, os guias tornaram-se um item indispensável para os turistas, a ponto de ser comum ver os livros de Frommer nas mãos de praticamente todos os viajantes em lugares famosos, como a Torre Eiffel.
O impacto que Frommer teve na maneira como as pessoas viajavam e pensavam sobre turismo é inegável. Sua abordagem era tão inovadora que, com o tempo, tornou-se difícil lembrar quão radical era sua visão em um mundo onde viagens foram dominadas por schemes de luxo e extravagâncias. Tony Wheeler, fundador da Lonely Planet, testemunhou o pioneirismo de Frommer ao afirmar que ele fez pela viagem o que o Consumer Reports fez por outros setores do mercado.
Renascimento das guias Frommer
A série de guias que tornou Frommer famoso evoluiu ao longo das décadas, refletindo mudanças na indústria. As edições finais de suas guias adquiriram o título “Europa por US$ 95 por dia”, mas, em um momento em que os custos de hospedagem aumentaram, o conceito começou a perder sentido, o que levou à descontinuação das guias em 2007. Contudo, Arthur Frommer, em um impressionante retorno ao cenário, recuperou sua marca em 2013 e relançou a série de guias, em parceria com sua filha, após um curto período em que suas guias foram compradas e depois descontinuadas pelo Google. Ele continuou a se destacar como uma voz respeitada na indústria de viagens, expressando opiniões firmes sobre o que considerava os desafios do turismo moderno, incluindo sua aversão a grandes cruzeiros e sites de revisão online que, segundo ele, estavam sujeitos a manipulações.
Um legado imortalizado na história do turismo
Nascido em Lynchburg, Virgínia, Frommer enfrentou as dificuldades da Grande Depressão durante sua infância em Jefferson City, Missouri. Ele se formou na Universidade de Nova York e foi convocado durante a Guerra Fria. Essa experiência influenciou sua percepção do mundo e da cultura dos países que teve a oportunidade de visitar durante seu serviço militar. A conexão que Frommer desenvolveu com a Europa enquanto servia como oficial de inteligência do Exército americano foi marcante e moldou sua visão do turismo acessível e autêntico.
Ao longo de sua vida, Frommer foi um defensor da ética e da responsabilidade em viagens, e suas opiniões sempre reflectiram seus valores sociais. Durante seus exemplares de viagens, levou sua filha Pauline em várias aventuras desde sugeridos em sua infância, e o respeito mútuo entre pai e filha ajudou a moldar a continuidade do legado Frommer. Nos últimos anos, Frommer foi um defensor ativo de uma nova abordagem ao turismo, sempre desafiando a forma tradicional de atuar na indústria.
Arthur Frommer deixa um legado importante não apenas na forma como as pessoas viajam, mas na capacidade de sonhar e reduzir barreiras para onde a curiosidade pode levar. Ele é lembrado por encorajar muitos a ver o mundo com um olhar mais curioso e ousado. Além de sua filha, Frommer deixa sua segunda esposa, Roberta Brodfeld, e quatro netos. Seu impacto durará, guiando viajantes por gerações.