No último dia 10 de outubro, a Microsoft desvelou uma série de inovações dentro de sua plataforma Azure, destacando a apresentação de novos chips personalizados que prometem inovar tanto no processamento de dados quanto nas questões de segurança. O anúncio inclui o Azure Boost DPU, uma unidade de processamento de dados que visa tornar as cargas de trabalho no Azure mais eficientes, enquanto um novo módulo de segurança, o Azure Integrated HSM, promete reforçar a proteção dos dados armazenados na nuvem da gigante de tecnologia. Essas inovações estão alinhadas com o crescente uso de inteligência artificial (IA) e a aumenta demanda por centros de dados mais robustos e seguros.
eficiência revolucionária com o Azure Boost DPU
O Azure Boost DPU é descrito pela Microsoft como sua primeira unidade dedicada ao processamento de dados, projetada para atender a cargas de trabalho “data-centric” com alta eficiência e consumo reduzido de energia. De acordo com a companhia, servidores futuros equipados com esses chips serão capazes de realizar tarefas de armazenamento com um desempenho até quatro vezes superior aos servidores já existentes, enquanto o consumo de energia será três vezes menor. Esses números, embora promissores, despertam a curiosidade sobre quais cargas de trabalho específicas são as mais beneficiadas e como se dá essa comparação com o hardware atual. Informações mais claras sobre esses ganhos ainda não foram divulgadas, deixando espaço para a especulação de como será a implementação prática dessa tecnologia.
Um ponto interessante a ser abordado é que o Azure Boost DPU é fruto da aquisição da Fungible, uma fabricante de DPU que a Microsoft comprou em dezembro do ano passado por aproximadamente 190 milhões de dólares. A Fungible foi criada por engenheiros oriundos da Apple e Juniper Networks, e seu time foi incorporado à divisão de engenharia de infraestrutura da Microsoft. Essa aquisição habilita a Microsoft a personalizar suas soluções de forma mais eficaz, visando uma liderança ainda maior no mercado de nuvens.
como os DPUs se encaixam no cenário contemporâneo de TI
A relevância dos DPUs tem crescido exponencialmente nos últimos anos, especialmente com a demanda por infraestrutura de nuvem com maior potência e eficiência. Companhias como Nvidia e AMD já têm suas linhas de DPUs no mercado: a Nvidia lançou sua linha BlueField em 2019, enquanto a AMD introduziu os DPUs Pensando em 2022. Além disso, a Amazon Web Services já oferece funcionalidades semelhantes em suas Nitro cards e o Google, em colaboração com a Intel, desenvolveu chips que desempenham funções equivalentes.
Em um contexto onde grandes provedores de serviços de nuvem, conhecidos como hyperscalers, estão aumentando a capacidade e o consumo de seus centros de dados em resposta à crescente demanda por soluções de IA, a eficiência dos DPUs surge como uma possibilidade atraente. A Microsoft, em declaração anterior, revelou que esperava gastar 800 milhões de dólares a mais em custos de energia para seus centros de dados devido ao aumento no consumo. Segundo previsões da Allied Analytics, se o interesse pelos DPUs se mantiver, o mercado desse tipo de chip pode alcançar um valor impressionante de 5,5 bilhões de dólares até 2031.
segurança em foco com o Azure Integrated HSM
Além do Azure Boost DPU, a Microsoft também anunciou o Azure Integrated Hardware Security Module (HSM), um chip de segurança em nuvem desenvolvido internamente. Esse módulo permite o armazenamento de chaves de assinatura e de criptografia em um ambiente seguro, sem comprometer o desempenho ou aumentar a latência, como afirmado pela Microsoft. A integração do Azure Integrated HSM em todos os novos servidores da Microsoft, a partir do próximo ano, reforçará a proteção dos dados confidenciais e de cargas de trabalho gerais no Azure.
Este novo módulo de segurança é o segundo chip desenvolvido pela Microsoft, após a introdução do chip Pluton, voltado para consumidores e incorporado em processadores da Intel, AMD e Qualcomm. Com o Azure Integrated HSM, a Microsoft busca competir com soluções de segurança de seus rivais, como o Nitro da AWS, que lida com algumas funções de segurança, e o Titan, o chip de segurança projetado pelos servidores do Google Cloud.
desafios e considerações futuras no campo da segurança
Embora a criação de silício personalizado possa melhorar a segurança, essa não é uma solução infalível. Em 2020, surgiram relatos de um “defeito irremediável” no chip de segurança T2 da Apple que poderia expor sistemas da marca a ameaças que o próprio chip deveria impedir. A Microsoft não divulgou informações específicas sobre os testes de vulnerabilidade do Azure Integrated HSM, mas é esperado que informações mais detalhadas sejam liberadas conforme a data de lançamento se aproxima. Em meio a uma paisagem de ameaças em constante mudança, culminando em eventos globais significativos e avanços na inteligência artificial, a segurança se tornou a prioridade máxima da Microsoft.
“Na paisagem de ameaças que evolui rapidamente, influenciada por eventos globais e avanços em IA, a segurança deve ser uma preocupação central,” ressaltou Vasu Jakkal, vice-presidente de segurança da Microsoft, em uma declaração. É claro que, com o aumento da digitalização e a crescente interconexão entre sistemas, as questões de segurança são mais relevantes do que nunca e a Microsoft parece estar tomando uma posição firme para liderar nesse campo.