Nova York
CNN
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Nos últimos meses, a Walmart tem demonstrado um crescimento notável, principalmente entre seus clientes com renda superior a 100 mil dólares por ano. Essa mudança surpreendente marca uma nova fase para o varejista, que tradicionalmente focava em uma base de consumidores de baixa e média renda, mas que agora atrai uma clientela mais abastada em busca de economia e qualidade.

As vendas da Walmart nas lojas que estão operando há pelo menos um ano cresceram 5,3% no último trimestre em comparação ao ano anterior, e os lucros tiveram um aumento de 8,2% no mesmo período. Diante desses resultados positivos, a empresa ajustou suas expectativas financeiras, sinalizando sua crença em uma forte temporada de compras de fim de ano.

Segundo a Walmart, a fatia de mercado que ganhou no último trimestre foi impulsionada, em grande parte, por lares de alta renda, com famílias que ganham mais de 100 mil dólares representando 75% desse crescimento. É evidente que o gigante do varejo está se reposicionando para atender melhor esse público.

Na manhã de terça-feira, as ações da Walmart alcançaram novas máximas, saltando mais de 3% após a divulgação dos resultados financeiros. Este marco é um indicativo de que as ações da empresa têm atingido picos de desempenho consistentemente ao longo dos últimos dois meses, refletindo a confiança dos investidores na companhia.

Tradicionalmente, a base de clientes da Walmart era composta principalmente por consumidores de baixa e média renda, que recorrendo ao varejista em busca de preços baixos. Entretanto, a empresa tem se concentrado em expandir sua influência entre aqueles que ganham mais de 100 mil dólares ao ano, muitas vezes a clientela principal da Amazon.

Para conquistar esses novos clientes de renda mais alta, a Walmart tem investido no aprimoramento de seu setor de alimentos e na diversificação de suas ofertas, que now incluem uma seleção ampliada de roupas, eletrônicos, móveis e muito mais. Esse movimento é uma resposta direta às necessitadas de um público que busca não apenas preço, mas também qualidade.

A companhia também se fortaleceu em operações online, lançando um programa de entrega de supermercado em mesmo dia, intitulado Walmart+, e implementando a opção de compra online com retirada na loja em milhares de locais. Essa estratégia tem se provado eficaz, uma vez que as vendas online da Walmart cresceram 22% nos Estados Unidos no último trimestre.

Em um pronunciamento durante uma chamada de resultados, o CEO da Walmart, Doug McMillon, enfatizou que à medida que a variedade de produtos online cresce, a empresa se aproxima de uma gama maior de clientes e de faixas de renda mais elevadas. “Aqueles que possuem mais renda disponível e desejam economizar tempo estão apreciando as nossas ofertas de retirada e entrega”, destacou o executivo.

A força da Walmart reflete uma tendência mais ampla no comportamento do consumidor, que, de maneira geral, está em busca de preços mais baixos e de valor na hora de realizar suas compras. Embora a inflação tenha desacelerado, muitos americanos ainda se sentem pressionados pelos altos preços enfrentados nos últimos anos, o que resulta em um movimento em massa em direção a varejistas que oferecem boas ofertas e promoções.

Enquanto isso, enquanto a Walmart está prosperando, muitas outras redes varejistas estão enfrentando sérios desafios. Um número crescente de cadeias de lojas está programado para fechar mais unidades em 2024 do que em qualquer outro ano desde 2020, quando a pandemia devastou o setor. Redes como Family Dollar, Walgreens e Big Lots enfrentam fechamento de milhares de lojas em todo o país.

O aumento no fechamento de lojas nesse ano reflete o colapso do setor de varejo após um “apogeu” em 2021 e 2022, momentos em que os consumidores gastaram generosamente em móveis, eletrônicos e vestuário. Se por um lado a Walmart se beneficia dessa nova dinâmica econômica, muitas empresas aumentaram seus preços além do que os consumidores podem pagar, enquanto as taxas de juros dispararam, tornando empréstimos para itens mais caros, como hipotecas ou financiamentos de automóveis, mais onerosos para a população.

Esta história foi atualizada com contexto adicional e desenvolvimentos.

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