No dia 18 de novembro, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, anunciou que não tomará uma decisão sobre um possível perdão para Erik e Lyle Menendez — ambos cumprindo prisão perpétua pela morte de seus pais, Jose e Kitty Menendez — até que o novo promotor do Condado de Los Angeles, Nathan Hochman, revise o caso. A postura de Newsom reflete seu respeito pelo processo judicial e a importância da função do promotor na busca de justiça.
George Gascón, o promotor atual, que não conseguiu se reeleger em novembro, era um forte defensor do pedido de clemência dos irmãos. Em declarações em outubro, Gascón revelou que seu escritório pretendia solicitar ao juiz do Tribunal Superior de Los Angeles que reavaliasse a pena de Lyle e Erik, podendo reduzir suas sentenças para 50 anos a partir de agora, o que poderia permitir que os irmãos obtivessem liberdade condicional.
O papel do novo promotor na revisão do caso dos irmãos Menendez
Em uma declaração oficial divulgada, o escritório de Newsom enfatizou: “O Governador respeita o papel do promotor na garantia de que a justiça seja cumprida e reconhece que os eleitores confiaram ao promotor eleito Hochman essa responsabilidade. O Governador adiará sua decisão sobre clemência até que a análise do caso Menendez seja realizada por Hochman.” Analisando a situação, Hochman, que tomará posse em dezembro, enfatizou sua intenção de revisar de maneira abrangente todos os aspectos do caso, incluindo arquivos prisionais confidenciais, as transcrições dos dois julgamentos e as extensas provas apresentadas, além de entrevistas com promotores, advogados de defesa e membros da família das vítimas.
O caso dos irmãos Menendez é marcado por posições polarizadas e muitos detalhes complexos, que se estendem além do crime em si. Erik, que tinha apenas 18 anos, e Lyle, de 21, mataram os pais com espingardas de doze, na sala de estar de sua casa em Beverly Hills, Califórnia, no dia 20 de agosto de 1989. Ambos alegaram que as mortes foram consequência de abusos sexuais prolongados por parte do pai, Jose, que na época era o diretor de operações da RCA Records, enquanto sua mãe, uma ex-reinadora de beleza, teria ignorado as alegações.
Mudanças na percepção do caso ao longo dos anos
Entretanto, as autoridades argumentam que o verdadeiro motivo das mortes foi a ganância, destacando o extravagante consumo dos irmãos após os crimes, os quais incluiram uma sequência de compras de relógios caros, carros e finalmente lições de tênis. Após longos anos de batalhas legais e em meio a um julgamento que terminou em empasse em 1996, os irmãos foram considerados culpados pelo assassinato em primeiro grau de seus pais e condenados à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional.
Recentemente, os esforços para revisar a situação dos irmãos ganharam força em 2023, quando seus advogados protocolaram um pedido de habeas corpus ao Tribunal Superior do Condado de Los Angeles. Os advogados apresentaram novas evidências, incluindo uma carta que Erik havia escrito ao seu primo Andy Cano, revelando os alegados abusos meses antes do crime.
A recomendação de Gascón e o futuro dos irmãos Menendez
Em 24 de outubro, Gascón recomendou formalmente que os irmãos fossem reavaliados, propondo uma nova sentença de 50 anos a partir de agora e destacando sua crença na capacidade dos irmãos de serem reintegrados na sociedade. “Estamos muito confiantes não apenas de que os irmãos se reabilitaram, mas também de que estão prontos para a reintegração. Eles já pagaram suas dívidas”, disse Gascón, que reconheceu os esforços dos irmãos para contribuir positivamente enquanto estavam encarcerados, ajudando a melhorar a vida de outros detentos.
Ele também manifestou publicamente seu apoio ao pedido de clemência no dia 30 de outubro, reforçando o tempo significativo que Erik e Lyle já cumpriram na prisão, 34 anos. Gascón enfatizou que ambos continuaram suas educações e trabalharam para criar novos programas que apoiassem a reabilitação de outros presos. No entanto, antes que qualquer mudança substancial possa ocorrer, todas as partes interessadas aguardam a revisão por parte do novo promotor, Hochman, que promete dar atenção cuidadosa e detalhada ao caso, a fim de assegurar que a justiça, de fato, seja alcançada.
Com os desdobramentos previstos para dezembro, a expectativa sobre o futuro dos irmãos Menendez não poderia ser mais alta. O que parece ser o fim de uma longa espera pode se transformar em um novo começo, tanto para os irmãos quanto para a sociedade que acompanha este caso controverso com olhos atentos.