No dia 18 de novembro de 2024, Sia encantou o público presente no Kennedy Center, em Washington, D.C., com uma performance carregada de emoção. Durante a 2024 Anti-Defamation League’s In Concert Against Hate, ela dedicou sua famosa canção “Titanium” aos sobreviventes do ataque ocorrido em 7 de outubro de 2023, durante o Nova Music Festival, quando um ato de violência perpetrado pelo grupo Hamas chocou o mundo e deixou um rastro de dor entre os presentes. Sem dúvida, o evento buscou não apenas entreter, mas também levantar a voz contra o ódio e a violência.
Antes de iniciar sua apresentação, Sia compartilhou uma mensagem de esperança com o público, afirmando: “Nós vamos dançar novamente.” Sua declaração ressoou com força no ambiente e, logo após a performance, vários sobreviventes daquele evento trágico, incluindo Ofir Amir, Danielle Gelbaum, Tomer Meir e Daniel Dvir, juntaram-se a ela no palco, unindo forças por uma causa maior, que vai além da música e do entretenimento.
Durante a apresentação, Danielle Gelbaum ressaltou a importância da música e do otimismo, afirmando que a canção de Sia lhe deu a oportunidade de saber que “dançaria novamente”, encorajando todos os presentes a se unirem e celebrarem a vida apesar das dificuldades enfrentadas.
Além de Sia, o evento contou com a emocionante apresentação de Eden Golan, que representou Israel no Eurovision de 2024. Ele encantou a plateia com a versão original de “October Rain”. Vale lembrar que a canção havia passado por uma reescrita na competição europeia, recebendo o título de “Hurricane”, para evitar referências políticas devido ao contexto delicado que envolvia a situação de Israel. A performance de Golan foi um lembrete do poder que a música tem para unir e inspirar, mesmo em tempos de adversidade.
Ben Stiller, o anfitrião do evento, fez um apelo por esperança no combate ao incremento do antissemitismo que tem assolado a sociedade. Ao longo de sua fala, ele enfatizou: “Hoje à noite, vamos combater o ódio com uma boa dose de esperança. Esta organização e as valentes pessoas que estamos homenageando nos ensinaram que, mesmo nos momentos mais obscuros, há luz.” Essas palavras ecoaram no coração de todos, mostrando que, apesar das dificuldades, sempre há espaço para a esperança.
Stiller também falou sobre o aumento preocupante do antissemitismo, que ele descreveu como algo “assustador e inesperado” em sua vida, e a necessidade urgente de buscar a união, chamando a todos a trabalharem juntos contra o ódio. “Precisamos ser positivos e unir forças, alcançando aqueles com quem discordamos e denunciando o ódio sempre que surgir”, ele acrescentou, aplaudido pelo público que entendia a gravidade do momento.
O tema “esperança sobre o ódio” foi reafirmado por Scooter Braun, um dos homenageados da noite, que foi reconhecido por seu trabalho em trazer a Exposição do Festival Nova para o público norte-americano. Braun fez uma reflexão profunda sobre as tragédias da vida e como a música e a arte podem oferecer um caminho para superar as dificuldades. Ele recordou o ataque em Manchester em 2017, mostrando que “pessoas inocentes morrendo em eventos musicais é algo inaceitável.” Braun destacou a força e a resiliência dos sobreviventes, que o inspiraram a acreditar que juntos, podemos superar até os desafios mais assustadores. “Eu quero que vocês entendam que estou decidido a falar sobre o que podemos realizar. Nós seremos fortes novamente. Nós teremos orgulho novamente. Nós dançaremos novamente, e isso acontecerá repetidas vezes!”, declarou Braun, motivando todos os que estavam presentes a abraçar essa mensagem de continuidade e luta.
Vários outros convidados, incluindo a figura proeminente da mídia Blair Underwood, o âncora da CNN Wolf Blitzer e o ex-CEO da RIAA Cary Sherman também compareceram ao evento, que celebrou não apenas a música, mas a coragem e a visão de um futuro onde o ódio não tem espaço. O evento também prestou homenagem a Dr. Mehnaz Afridi, Dr. Charles L. Chavis Jr., e Rosette Goldstein, que receberam o prêmio Kay Family Award; e a Noa Fay, Luda Isakharov e Einav Tsach, que receberam o prêmio Levenson Family Defender of Democracy.
Não é à toa que a primeira edição do concerto da ADL aconteceu em 1995, para comemorar o 50º aniversário do fim do Holocausto, e a importância de relembrar que a música, a arte e a solidariedade são as mais poderosas armas contra qualquer forma de discriminação e violência. O evento foi um marco não apenas na luta contra o antissemitismo, mas também um despertar para a necessidade de união em tempos de crise, provando que a música verdadeira nunca se cala e sempre encontra uma maneira de ser ouvida.