Donald Trump está avaliando uma série de possíveis candidatos para a direção do Serviço Secreto dos Estados Unidos, com a mira voltada para personalidades da mídia de direita e alguns de seus antigos agentes do serviço. Essa consideração surge após o Serviço Secreto ser criticado por não conseguir prevenir duas supostas tentativas de assassinato direcionadas a Trump neste verão. Fontes próximas ao presidente eleito revelaram que Trump está buscando mudanças significativas na liderança da agência, com base em problemas identificados durante a sua recente campanha presidencial.
Entre os nomes cogitados, destaca-se Dan Bongino, um podcaster e ex-agente do Serviço Secreto, que se tornou uma voz crítica em relação à liderança da agência, especialmente após a revelação das falhas de segurança que cercaram as tentativas de atentado. Ao lado dele, Sean Curran, que atualmente chefia a segurança de Trump, também está na lista dos considerados para a posição. Essas escolhas refletem o desejo de Trump por uma reavaliação profunda na estrutura do serviço, visando proteger não apenas a sua própria segurança, mas também a integridade da agência em um período conturbado.
Ainda recentemente, Ronald Rowe, o diretor interino do Serviço Secreto, procurou se reunir com Trump para discutir questões relacionadas à segurança e à adequação de sua liderança. No entanto, a tentativa não teve sucesso, o que evidencia a crescente tensão e a insatisfação em torno da gestão atual do órgão de segurança. Rowe assumiu o cargo depois da saída abrupta de Kimberly Cheatle, que deixou o posto após as tentativas de assassinato em julho, o que chamou a atenção do Congresso e de um painel de revisão independente que recomendou uma reforma completa na instância.
O clima na agência é de descontentamento, exacerbado pela exaustão dos funcionários após um intenso ciclo eleitoral em 2024. Rowe implementou algumas mudanças estruturais na agência e supervisionou um aumento nas medidas de segurança para o ex-presidente durante os meses finais de sua campanha. Em meio a esta situação, nomes como Robert Engel, que foi o chefe da segurança de Trump e testemunhou diante da comissão da Câmara sobre os eventos de 6 de janeiro de 2021, têm ganhado destaque nas discussões sobre a nova liderança do Serviço Secreto.
A necessidade de um novo direcionamento para a agência também é apoiada por críticas de membros do Congresso e especialistas em segurança, que argumentam que o Serviço Secreto precisa se reconfigurar e voltar à sua missão primordial: a proteção do presidente e de outras figuras dignitárias. A discussão sobre o futuro da directoria toma um enfoque ainda mais pessoal para Trump, já que a segurança dele foi diretamente comprometida durante a campanha.
Dentre os nomes que se destacam, Dan Bongino é um ardente defensor de Trump e se manifestou de forma contundente contra a gestão de Cheatle, apontando falhas significativas em sua administração e afirmando que ela priorizou interesses políticos em detrimento da proteção presidencial. Numa de suas aparições em podcast, Bongino deixou claro que ainda não teve conversas formais sobre a posição, embora possua um histórico sólido, tendo passado mais de uma década servindo no Serviço Secreto, onde foi elogiado por seus colegas como um agente exemplar.
No entanto, há uma preocupação quanto à falta de experiência administrativa entre os nomes que estão sendo considerados, uma questão que não é novidade na administração de Trump, que já fez escolhas inusitadas anteriormente, como a nomeação de Matt Gaetz para liderar o Departamento de Justiça. Além disso, Sean Curran pode enfrentar o dilema de ser um candidato com um relacionamento estreito com Trump, o que pode complicar suas chances, visto que o presidente pode preferir mantê-lo à frente de sua segurança durante os primeiros anos de sua administração.
O cenário está repleto de intricados desdobramentos, especialmente considerando que não somente o futuro da segurança presidencial está em jogo, mas também as dinâmicas e a moral dentro do Serviço Secreto, que clama por uma renovação que promova a confiança e a eficácia na proteção de seus líderes. A escolha do próximo diretor será crucial, não apenas a curto prazo, mas também para a estabilidade a longo prazo da agência, cuja importância não pode ser subestimada à luz da turbulenta política atual.