É oficial: a Legendary Entertainment e a Sony Pictures Motion Picture Group estão se separando, conforme confirmado pela The Hollywood Reporter. Esta decisão marca o fim de uma aliança que, embora breve, teve algumas implicações significativas para a indústria cinematográfica. Vamos entender o que levou a essa decisão e o que isso pode significar para o futuro de ambas as empresas.
Nos últimos anos, a Legendary e a Sony haviam se unido em um esforço para unir forças no mercado de distribuição a nível global. No entanto, desde o final de 2022, a Sony assumiu oficialmente o papel de ‘estúdio principal’ da Legendary, responsável por lançar e promover seus filmes, com a exceção da China. Contudo, havia uma condição importante: as franquias mais valorizadas da Legendary, Duna e Godzilla, continuariam sob a administração da Warner Bros.
A razão por trás da decisão da Legendary de buscar novos horizontes de distribuição está intrinsicamente ligada a sua insatisfação com as estratégias anteriores da Warner Bros. Durante o governo de Jason Kilar, a Warner implementou a controversa política chamada “Project Popcorn”, onde filmes foram lançados simultaneamente nos cinemas e streaming, na tentativa de aumentar o número de assinantes do Max. Essa abordagem desagradou a muitos estúdios que viam sua receita de bilheteira sendo comprometida e isso levou a Legendary a se distanciar da Warner Bros., ao mesmo tempo buscando uma nova parceria na Sony.
A descontinuação da parceria entre a Legendary e a Sony já era esperada por especialistas do setor. Após a fusão da Warner com a Discovery, o novo CEO do Warner Bros. Discovery, David Zaslav, deixou claro que os lançamentos futuros do estúdio teriam que seguir uma trilha tradicional de exibição nos cinemas antes de irem para o mercado de streaming, o que aumentou a confiança na viabilidade de uma eventual reconciliação entre a Legendary e a Warner.
Embora a separação entre Legendary e Sony vá oficialmente até o fim deste ano, a Sony ainda terá um papel significativo no lançamento do filme de verão de 2025 da Legendary, intitulado Animal Friends, que é um híbrido de ação ao vivo e CGI, com vozes de renomados atores como Ryan Reynolds, Aubrey Plaza, Jason Momoa e Vince Vaughn. Este filme está sendo produzido pela Legendary em colaboração com a Maximum Effort de Reynolds e o Prime Focus Studios.
Durante a parceria, a Sony distribuiu algumas obras de destaque da Legendary, como a comédia bíblica The Book of Clarence, que não obteve a receita esperada em seu lançamento, e The Machine, protagonizado por Bert Kreischer, que também teve um desempenho abaixo da média. Esses lançamentos foram indicativos de que a aliança, apesar de promissora, não rendeu os frutos desejados para nenhuma das partes.
A partir deste ponto, a Legendary se vê em um cruzamento; com a conclusão da parceria com a Sony, a empresa poderá considerar diversas opções futuras. Uma possibilidade é a recomposição dos laços com a Warner Bros., o que não geraria surpresa no setor. Alternativamente, eles podem procurar um novo acordo de distribuição com outro estúdio, ou até mesmo optar por distribuir seus filmes de forma independente, em uma base título a título. O caminho provedor que escolher poderá influenciar significativamente a sua posição no competitivo mercado de Hollywood.
Este desfecho evidencia que, em um ambiente que evolui constantemente, decisões de negócios podem ser tanto estratégicas quanto arriscadas. O que se mostra mais importante agora é como a Legendary Entertainment irá se adaptar a esse novo desafio e quais serão as suas próximas jogadas para manter sua relevância e lucratividade na indústria cinematográfica.