No dia 20 de novembro, representantes do U.S. Fish and Wildlife Service (FWS) apresentaram uma proposta crucial para a proteção das girafas sob a Lei de Espécies Ameaçadas nos Estados Unidos. Este movimento surge em um momento crítico, uma vez que a população global de girafas tem caído drasticamente, levando à necessidade premente de medidas eficazes para salvaguardar essas majestosas criaturas. A proposta não apenas reflete a preocupação com as girafas, mas também destaca a importância de ações coletivas para mitigar os impactos da atividade humana e das mudanças climáticas sobre as espécies ameaçadas.
detalhes da proposta e suas implicações
De acordo com a proposta, diferentes subespécies de girafas receberiam categorizações distintas: as girafas da África Ocidental, Kordofan e Nubiana seriam listadas como extremamente ameaçadas. Já as girafas reticuladas, massaí, angolanas e da África do Sul seriam classificadas como ameaçadas, mas com a aplicação de uma regra de 4(d) que permitiria a implementação de regulamentos de proteção necessários para a conservação dessas subespécies. O status de ameaça designado a girafas como a reticulada e massaí enfatiza a urgência de proteção à luz da drástica diminuição de suas populações.
Embora girafas angolanas e sul-africanas não estejam atualmente classificadas como ameaçadas, a proposta sugere tratá-las como se estivessem, devido à dificuldade em discernir entre espécies semelhantes. Essa abordagem vislumbra um esforço para combater a confusão que afeta a aplicação da lei, proporcionando um manto protetor mais abrangente para todas as girafas, independente da subespécie.
medidas para combater a caça ilegal e promover a conservação
A proposta envolve um conjunto de medidas robustas para reduzir a caça ilegal e o comércio de girafas, uma prática que se tornou alarmante nos últimos anos. As novas regulamentações exigirão que qualquer importação de girafas para os Estados Unidos seja acompanhada de licenças, além de oferecer assistência financeira limitada para iniciativas de conservação. Ademais, há um chamado claro para que o financiamento esteja disponível para a pesquisa e a conscientização sobre a alarmante diminuição das girafas, tanto nos Estados Unidos quanto globalmente.
“Essa ação apoia a conservação das girafas, garantindo que os Estados Unidos não contribuam ainda mais para sua diminuição”, disse Martha Williams, diretora do U.S. Fish and Wildlife Service, em uma declaração oficial.
a realidade chocante da população de girafas
Atualmente, estima-se que existam aproximadamente 117 mil girafas selvagens em todo o mundo, segundo a Giraffe Conservation Foundation. Essa cifra representa uma diminuição de quase 30% desde a década de 1980. Mais alarmante ainda é o declínio populacional das girafas do norte, que despencou de 25.653 para 5.919 – um impressionante declínio de cerca de 77%. Como se não bastasse, algumas subespécies simplesmente desapareceram de países da África Ocidental, deixando um vazio preocupante em seu habitat natural.
A situação é tão grave que, como destacou Tanya Sanerib, diretora legal internacional do Center for Biological Diversity, “na verdade, percebemos que há menos girafas na África do que elefantes.” Essa afirmação, um tanto chocante, revela a realidade de uma extinção silenciosa que estava ocorrendo sem a devida atenção.
um chamado à ação coletiva e o caminho adiante
As causas do declínio das girafas são complexas e multifatoriais, incluindo a caça furtiva, a mudança climática, a degradação dos habitats naturais e a urbanização e a agricultura. No último ano, dados internacionais revelaram que milhares de partes de girafas – incluindo troféus, peles e ossos – entraram nos Estados Unidos, o que evidencia a urgência em tratar desse problema de forma abrangente. Em 2016, a União Internacional para a Conservação da Natureza já havia classificado as girafas como ameaçadas de extinção em sua Lista Vermelha, o que levou grupos de defesa a pedirem proteção federal a partir de 2017.
A proposta de proteção das girafas será publicada no Registro Federal em 21 de novembro, abrindo espaço para comentários públicos durante um período de 90 dias. Essa fase de consulta não só permitirá que especialistas, conservacionistas e o público geral se manifestem, mas também pode resultar em um plano finalizado dentro de um ano. Este é um momento crucial, pois o futuro das girafas depende não apenas de ações governamentais, mas também do engajamento e da mobilização da sociedade como um todo. Assim, o chamado para ação é claro: todos devem se unir em prol da preservação desta espécie icônica e sua habitat.