A renomada atriz de Hollywood, Florence Pugh, abriu o jogo sobre uma decisão que tomou aos 27 anos, quando decidiu congelar seus óvulos. A revelação veio após um diagnóstico inesperado que não só abalou sua perspectiva sobre a maternidade, mas também trouxe à tona questões importantes sobre a saúde reprodutiva. Em uma conversa franca no podcast “SHE MD”, lançado recentemente, Pugh compartilhou suas experiências e desafios ligados a condições que afetam a fertilidade, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e a endometriose, que são mais comuns do que muitos imaginam.
Hoje com 28 anos, a atriz britânica, famosa por seu talento em filmes como “Oppenheimer”, “Duna: Parte Dois” e “As Estranhas”, explicou que sua decisão de congelar os óvulos surgiu de uma instância de preocupação com sua saúde. Ela relatou: “No verão passado, eu estava um pouco preocupada e queria fazer alguns exames. Acabei descobrindo informações que provavelmente não teria sabido até começar a ter filhos em cinco anos.” Este relato não apenas destaca sua proatividade em buscar cuidados médicos, mas também ressalta a importância de estar atento à saúde reprodutiva, especialmente para mulheres jovens.
Pugh explicou que, após alguns sonhos estranhos, ela sentiu a necessidade de se consultar com um médico. Nessa consulta, foi diagnosticada com SOP e endometriose, condições que frequentemente passam despercebidas e que podem ter impactos significativos sobre a fertilidade e a saúde geral das mulheres. A atriz ficou surpresa ao ouvir de sua médica, Dra. Thaïs Aliabadi, que ela nunca havia realizado um exame de contagem de óvulos, um procedimento importante que muitas vezes é negligenciado por mulheres em idade fértil. De maneira sincera, Florence refletiu sobre suas experiências familiares em relação à maternidade, ressaltando que sua mãe e avó tinham filhos em idades mais avançadas. Ela nunca suspeitou que poderia ter problemas relacionados à fertilidade: “Eu nunca assumi que seria de alguma forma diferente”, disse Pugh.
A sua revelação trouxe à luz a complexidade e a urgência que envolvem as questões de saúde reprodutiva. A endometriose, por exemplo, é uma doença crônica que afeta cerca de 11% das mulheres nos Estados Unidos, segundo estimativas. Os sintomas incluem dor intensa, ciclos menstruais irregulares e, em muitos casos, infertilidade. A SOP, que afeta entre 8% e 13% das mulheres em idade reprodutiva, é marcada por uma série de sinais físicos e hormonais, que podem tornar o diagnóstico e o tratamento ainda mais desafiadores. A Organização Mundial da Saúde alerta que até 70% das mulheres com SOP podem passar anos sem serem diagnosticadas.
Pugh seguiu dizendo que aprender sobre sua condição aos 27 anos foi uma realização chocante. “Eu aprendi informações completamente diferentes que eu precisava agir rapidamente, o que foi um pouco surreal e algo pelo qual sou realmente grata ter descoberto cedo. Sempre quis ter filhos desde criança,” afirmou a atriz.
Além de compartilhar sua história pessoal, Pugh espera que sua voz ajude a desmistificar as conversas sobre problemas de fertilidade e as condições que as afetam. “Eu me sinto tão decepcionada pela falta de conversas sobre isso. Me preocupo com todas as jovens que descobrirão isso muito tarde, quando começarem a ter filhos em seus trinta anos, após terem tido uma década gloriosa de trabalho.” A atriz acredita que essas discussões deveriam ser abordadas desde cedo, acompanhando o início da vida reprodutiva de cada mulher, criando um espaço seguro para compartilhar experiências e buscar ajuda quando necessário.
As escolhas de Florence Pugh destacam a crítica necessidade de aumentar a conscientização em torno da saúde feminina, em particular as recomendações de exame e acompanhamento oportunos, para que outras mulheres possam se preparar adequadamente para sua saúde e bem-estar reprodutivo. Com sua honestidade e coragem, a atriz não apenas ilumina sua própria jornada, mas também acende a esperança de um diálogo mais amplo sobre as realidades que muitas mulheres enfrentam silenciosamente em suas próprias vidas.