O serviço de streaming gratuito suportado por anúncios, Tubi, pertencente à Fox, recentemente revelou uma nova funcionalidade que promete não apenas ampliar sua presença no mercado, mas também rivalizar com plataformas de compartilhamento de vídeos de formato curto, como Instagram Reels, TikTok e YouTube Shorts. Chamado “Scenes”, esse recurso tem como objetivo possibilitar que os espectadores explorem clipes curtos de mais de 250.000 programas de TV e filmes populares, trazendo clássicos como “Django Livre”, “Drumline”, “Eu Sou a Lenda”, “Jumanji” e “O Espetacular Homem-Aranha”. Esta iniciativa visa aumentar o engajamento dos usuários e facilitar a descoberta de conteúdo.
A função Scenes foi avistada em fase de teste por usuários em agosto, mas agora está sendo lançada para todos os consumidores. Disponível no aplicativo móvel do Tubi, tanto para dispositivos iOS quanto Android, essa funcionalidade está claramente voltada para capturar a atenção de uma audiência em transformação, especialmente entre os jovens que estão mudando seus hábitos de visualização no dinâmico cenário atual de streaming. Contudo, a Tubi está optando por uma abordagem diferente da de plataformas como TikTok, que estão explorando a criação de programas de TV com duração de um minuto. Em vez disso, o streaming se concentra em usar clipes breves de seus programas para facilitar que os espectadores descubram conteúdo de sua biblioteca e os incentivem a assistir aos episódios completos.
“Queremos encontrar os espectadores onde eles estão, o que, no caso dos dispositivos móveis, significa que estão em movimento”, afirmou Mike Bidgoli, chefe de produto e tecnologia da Tubi, numa entrevista ao TechCrunch. Ele ressaltou que uma das suposições incorretas é que as pessoas têm muito tempo disponível para passar em seus celulares. “Na realidade, elas não têm tanto tempo assim. Muitas vezes, as pessoas estão em uma rápida pausa entre reuniões, esperando um transporte ou durante um intervalo para o café. Portanto, o que precisamos fazer é criar uma dose rápida de entretenimento”, complementou.
A nova aba Scenes está localizada no centro da barra de menu na parte inferior da tela, oferecendo uma experiência visual similar à das redes sociais de vídeo. Os usuários podem deslizar por um feed vertical para assistir a uma variedade de vídeos no estilo trailer, variando de 60 a 90 segundos. À direita da tela, estão os botões “Curtir”, “Salvar” e “Assistir”, sendo que o botão “Assistir” se mostra especialmente útil, permitindo que os espectadores acessem diretamente o filme ou programa de TV. O botão “Salvar” permite adicionar o título à sua lista para visualização posterior, promovendo um sistema de organização que facilita a navegação pelo amplo catálogo do Tubi.
A Tubi também aproveita sua tecnologia de aprendizado de máquina, que opera nos bastidores para personalizar a experiência do usuário de acordo com suas preferências. À medida que os espectadores interagem com a função Scenes e salvam conteúdos para seu “Minha Lista”, as recomendações oferecidas se tornam cada vez mais personalizadas, criando uma experiência única para cada usuário.
Embora a funcionalidade Scenes esteja disponível apenas em dispositivos móveis, há uma opção para que usuários de iPhone e Android transmitam os clipes em suas TVs. Dispositivos suportados incluem Apple TV, Chromecast, Fire TV e Roku, seguindo a tendência crescente de conectar dispositivos móveis a televisores, ampliando assim a forma como os usuários consomem conteúdo em diferentes plataformas.
Bidgoli, ao discutir o futuro da função, mencionou que é cedo para formular iterações futuras, mas já compartilhou algumas ideias que podem estar em consideração. Isso inclui a possível integração da experiência de Scenes dentro da grade principal do aplicativo, em vez de mantê-la restrita a uma única aba. Outra ideia é permitir que os usuários compartilhem clipes em redes sociais, incentivando uma maior interação com o conteúdo.
Atualmente, a Tubi não tem planos de adicionar uma função de comentários à sua plataforma. No entanto, Bidgoli fez questão de enfatizar a importância de garantir que “a integridade seja mantida”. “A última coisa que queremos é que nosso canto da internet se torne negativo”, destacou, sublinhando a preocupação com a qualidade das interações online.
A Tubi tem investigado diversas maneiras de incentivar os consumidores a baixar seu aplicativo. No ano passado, por exemplo, a plataforma experimentou uma ferramenta de busca alimentada pelo ChatGPT, chamada Rabbit AI. Contudo, a empresa confirmou ao TechCrunch que descontinuou a função, possivelmente devido ao baixo engajamento por parte dos usuários. Apesar disso, Bidgoli insinuou que, dentro dos próximos seis meses a um ano, a Tubi elevará o foco nas experiências disponíveis em seu aplicativo móvel, potencializando ainda mais a atenção dos usuários em um mercado de streaming em rápida evolução.