A recente proposta de reformulação da arquitetura de consenso do Ethereum, recebida com entusiasmo pelas equipes de zkSync e Polygon, mostra que inovações no nível 1 podem trazer benefícios significativos para as soluções de níveis superiores. Com um mercado em ascensão, onde o Bitcoin também estabeleceu um novo marco acima de $98 mil, o cenário das criptomoedas está se transformando, evidenciando uma forte interconexão entre essas camadas. O que, em última análise, promete transformar a experiência do usuário na rede Ethereum, em um mundo onde as transações movimento equipes, economias e, agora, até mesmo as ambições políticas.
No último encontro bienal da Devcon, realizado em Bangkok, Tailândia, o desenvolvedor Justin Drake apresentou um plano audacioso, identificado como “Beam Chain”, voltado para a atualização da camada de consenso do Ethereum. A proposta é integrar criptografia de conhecimento zero, uma tecnologia que várias soluções de layer-2 já utilizam, com o objetivo de aumentar a rapidez e a eficiência das transações no Ethereum. Este plano de Drake é essencial no cenário atual, onde diversos desenvolvedores do ecossistema Ethereum estão orientando suas estratégias para uma abordagem centrada em rollups, confiando nas redes de layer-2 como solução para os desafios de escalabilidade da blockchain original.
As rollups de conhecimento zero, em especial, vêm sendo vistas como uma solução superior quando comparadas às chamadas rollups otimistas, uma vez que oferecem vantagens significativas tanto em velocidade quanto em segurança. No entanto, com o surgimento da proposta do Beam Chain, surgiram questionamentos a respeito do futuro das rollups de conhecimento zero na plataforma Ethereum, levantando temores sobre sua possível obsolescência. Contudo, Alex Gluchowski, CEO da Matter Labs, responsável pelo desenvolvimento do zkSync, refutou essa ideia, afirmando que as mudanças projetadas por Drake focam na camada de consenso e não na camada de execução, portanto não impactarão a funcionalidade das soluções de layer-2.
Para entender melhor a interação entre essas camadas, é fundamental reconhecer que a camada base do Ethereum é dividida em várias dimensões. A camada de consenso é responsável pela validação dos blocos, enquanto a camada de execução lida com a efetivação das transações. As soluções de layer-2, por sua vez, postam seus dados transacionais de volta à blockchain Ethereum e, portanto, são impactadas pelas modificações realizadas na camada de execução. A proposta do Beam Chain, além de incorporar a criptografia ZK, prevê também a redução dos tempos de bloco, o que promete baratear os custos das transações para os layer-2 que se utilizam do Ethereum como base. Outro aspecto importante do projeto é a introdução da finalização de bloco em um único slot, permitindo que os dados das transações sejam finalizados de imediato, transformando essas informações em dados permanentes quase que instantaneamente.
Se todas as mudanças ocorrerem conforme o planejado, a nova estrutura do Beam Chain deve entrar em operação até 2029, embora o histórico do Ethereum indique que atualizações técnicas de grande porte frequentemente enfrentam atrasos. Para Gluchowski, as propostas são uma validação da eficácia das provas de conhecimento zero como método de escalonamento, ressaltando que essa tecnologia é, de fato, o futuro. Além disso, Brendan Farmer, cofundador da Polygon, acrescentou que as modificações trarão ainda mais eficiência, não tornando as soluções de layer-2 obsoletas, mas sim potencializando suas operações.
A melhoria na velocidade de finalização no Ethereum, por exemplo, é um aspecto que promete facilitar a interoperabilidade entre as soluções de layer-2, um objetivo amplamente desejado no universo das redes escaláveis. Farmer destacou que um dos grandes problemas enfrentados atualmente pelo Ethereum é que a finalização de um bloco pode levar entre 12 e 19 minutos, o que compromete a usabilidade durante transações de fundos entre diferentes plataformas, como Arbitrum e Polygon. Com uma finalização em 12 segundos, a experiência do usuário seria consideravelmente aprimorada, tornando as transações fluidas e mais rápidas.
Em meio a essas discussões tecnológicas, o mercado de criptomoedas teve um desempenho notável, com o Bitcoin atingindo uma nova alta histórica, mantendo-se acima da casa dos $98 mil. O investimento de empresas como a MicroStrategy em criptomoedas ressalta o crescente otimismo entre investidores, enquanto nomes relevantes, como o ex-presidente Donald Trump, cogitam a possibilidade de um advisor de criptomoedas. Essa confluência de fatores financeiros e tecnológicos está moldando um novo panorama para o universo das criptomoedas, onde a inovação não apenas redefine o que pode ser realizado nas redes blockchain, mas também atrai a atenção de figuras proeminentes em esferas além da tecnologia.
Concluindo, a interdependência entre as camadas de Ethereum e as soluções de layer-2, junto com as recentes inovações propostas pela comunidade, promete levar a rede a um novo patamar de relevância no mercado. À medida que o blockchain se torna mais acessível e eficiente, as perspectivas de uma adoção massiva parecem mais tangíveis do que nunca. Prepare-se, pois estamos apenas começando a desbravar as potencialidades desse vasto universo que é a blockchain.