Noite de quarta-feira, 20 de novembro de 2024, e o cenário do Península Reykjanes na Islândia se transformou em um espetáculo impressionante de poder natural. Um vulcão da região entrou em erupção novamente, marcando a sétima atividade vulcânica nos últimos doze meses. A formação de uma fenda na cratera resultou em uma violenta erupção que lançou lava a partir de um ponto conhecido por intensos sinais de atividade vulcânica, surpreendendo não apenas os residentes de Grindavík, mas também turistas que não conseguiam resistir à tentação de se aproximar da cena.
Logo após a meia-noite do horário local, fluxos de lava emergiram do solo, seguindo em direção ao famoso Blue Lagoon, um dos principais pontos turísticos da Islândia. Este local atrai cerca de um milhão de visitantes anualmente, sendo um spa geotérmico situado em um campo de lava, a poucos quilômetros de Grindavík. Infelizmente, essa bela paisagem se viu ameaçada pela natureza indomável quando a lava começou a se espalhar rapidamente, levando as autoridades a evacuar os turistas que ainda estavam desfrutando do local, conforme reportado pela emissora estatal RÚV.
No entanto, a curiosidade humana se revelou mais forte que a prudência em alguns casos. Vídeos publicados pelos meios de comunicação mostram pessoas se aproximando de forma arriscada da lava, na tentativa de capturar o momento espetacular com seus celulares. A equipe de resposta à emergência teve que intervir rapidamente, guiando os imprudentes para longe do perigo iminente, enquanto a lava avançava, cobrindo partes do estacionamento e uma importante tubulação que transporta água aquecida do sistema geotérmico Svartsengi para o spa e áreas circunvizinhas.
Imagens aéreas impressionantes divulgadas pela RÚV mostraram a magnitude da erupção. O vídeo exibia a lava ardente cobrindo vastas áreas do solo, enquanto uma densa coluna de fumaça subia em direção ao céu. Enquanto isso, cerca de 50 residências em Grindavík foram evacuadas, devido à iminente ameaça do fluxo de lava. A Agência de Proteção Civil do país confirmou que a situação estava sendo monitorada de perto, apesar de a localização exata da erupção não estar completamente clara. Grindavík, que fica aproximadamente 48 quilômetros ao sul de Reykjavík, ainda não havia relatado problemas maiores na capital, mas os moradores estavam cientes da necessidade de proceder com cautela.
As agências informaram que a atividade vulcânica não tinha cessado, com monitores sísmicos indicando que a magma havia se espalhado por uma área de pelo menos 18 quilômetros quadrados, uma área um pouco menor que 4,5 milhas quadradas. Embora a tubulação de Njarðvík estivesse ainda funcional abaixo da magma, as informações mais recentes indicaram que o fluxo de lava atravessou a estrada em direção a Grindavík. Além disso, a erupção parecia ter perdido força, conforme indicado pelas medições da unidade de forças especiais da Comissão Nacional de Polícia.
As convulsões sísmicas que atingiram a área provocaram a abertura de fendas no solo, iniciando assim o processo eruptivo, segundo relatórios do Escritório Meteorológico da Islândia. Localizada em uma fissura entre duas placas tectônicas, a Islândia tem sido alvo de terremotos frequentes e erupções vulcânicas nos últimos anos, forçando muitas comunidades a se adaptarem às condições adversas.
Desde dezembro de 2023, essa série de erupções já causou inquietude entre os moradores da região. Esta última ocorrência, embora mais branda que a erupção anterior em agosto, ainda assim representa uma ameaça significativa. Para contextualizar, a erupção anterior foi marcada por múltiplas fendas no solo e um terremoto subsequente de magnitude 4,1. A atividade em agosto foi precedida por uma erupção sustentada que lançou lava por mais de três semanas. Na ocasião, muitos dos 4.000 moradores de Grindavík foram obrigados a evacuar, e o receio de novas erupções ainda persiste entre aqueles que tentam retornar às suas casas após o início da atividade em novembro do ano passado.
Incertezas sobre os riscos futuros continuam a pairar sobre a região. Antes da erupção de março de 2021 em Mount Fagradalsfjall, o Península Reykjanes não apresentava atividade vulcânica há aproximadamente 800 anos. Desde então, cientistas monitoram atentamente a reativação de uma falha geológica que está despertando preocupações em uma região que já passou por tantas dificuldades.