O mais recente projeto de Whoopi Goldberg, a All Women’s Sports Network (AWSN), é um marco significativo na promoção do esporte feminino. Após 16 anos de espera, a famosa atriz e comediante finalmente viu seu sonho se concretizar com o lançamento da primeira rede de televisão global totalmente dedicada aos esportes femininos. A AWSN começou suas transmissões nos Estados Unidos na semana passada e já está disponível em 65 países, operando 24 horas por dia, 7 dias por semana. Este passo audacioso promete proporcionar uma nova visibilidade às atletas que, historicamente, têm sido ofuscadas em termos de cobertura midiática.

A ideia por trás da AWSN, conforme explicou Goldberg, é ampliar a oferta de transmissões esportivas femininas globalmente. Durante uma entrevista ao programa CNN Sport, ela expressou sua determinação em criar um espaço onde as conquistas e competições femininas sejam devidamente exibidas e celebradas. “Eu estou cansada de esperar”, disse Goldberg, acrescentando que, com sua experiência e amadurecimento, decidiu que era hora de agir e concretizar essa aspiração.

A rede não apenas transmitirá eventos ao vivo, mas também terá reprises de competições de destaque, incluindo a UEFA Women’s Nations League, a Women’s Tennis Association e a FIBA 3×3 Women’s Series. Esta oferta diversificada visa atrair um público amplo ao apresentar uma gama de esportes e não se limitar apenas aos mais populares, mas também focar em competições menos divulgadas. “Queremos mostrar tudo. E a grande vantagem é que, por não sermos apenas voltados para os Estados Unidos, podemos buscar eventos que não estão sendo exibidos”, afirma Goldberg.

É inegável que os esportes femininos estão crescendo em popularidade, como evidenciado pelo sucesso que a WNBA teve no último ano e o crescente interesse por outras modalidades como o futebol e o golfe feminino. No entanto, mesmo com esse crescimento, as atletas ainda enfrentam um desafio significativo: a disparidade na cobertura midiática. Um estudo de 2021 da Universidade do Sul da Califórnia e da Purdue University revelou que, em 2019, 95% da cobertura esportiva na televisão americana focava em eventos masculinos. Não dá para ignorar que, globalmente, essa lacuna ainda é mais acentuada, colocando em xeque a presença feminina em esportes na mídia.

Um exemplo alarmante dessa realidade é encontrado na Arábia Saudita, onde as mulheres foram inicialmente proibidas de entrar em estádios esportivos até 2018. A AWSN representa, portanto, uma luz de esperança para muitas mulheres em países onde seus direitos e visibilidade são limitados. Ao falar sobre essa missão, Goldberg enfatizou que seu objetivo é não apenas atrair mulheres, mas todos os amantes dos esportes, independentemente de gênero. “Isso é uma vitória para nós como seres humanos. Quando ela ganha, todos nós ganhamos”, disse Goldberg, enfatizando sua visão inclusiva e esperançosa para a rede.

A propósito, a apresentadora também se mostrou otimista sobre o impacto que a AWSN pode ter na vida das pessoas em todo o mundo. “Meu trabalho é apresentar tudo de forma positiva, lembrando que as mulheres têm desempenhado um papel vital no esporte por muito tempo”, comentou. Com um toque de humor, ela lembrou aos espectadores que as mulheres não apenas jogam esportes, mas também equilibram carreiras e a maternidade, destacando a força e a resiliência que definem as atletas femininas.

É evidente que esta estreia é um marco não apenas na carreira de Whoopi Goldberg, mas também no cenário esportivo como um todo. Além de investir em plataformas dedicadas a vozes e narrativas afro-americanas e buscar inovações em diversos setores, a AWSN pode ser reconhecida como um dos legados mais significativos da carreira da atriz. “Isso pode ser algo que perdurará no futuro, mesmo quando eu não estiver mais aqui. Adoro a ideia de que estou contribuindo para o amanhã”, conclui.

Com a All Women’s Sports Network, Whoopi Goldberg não apenas abre as portas para uma nova forma de ver o esporte, mas também desafia a sociedade a reconsiderar e celebrar a contribuição das mulheres nas competições mundiais. A emoção que permeia esse projeto é palpável, e o comprometimento de Goldberg com a missão de promover a igualdade no esporte é um lembrete poderoso de que o futuro pertence àqueles que ousam sonhar e agir.

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