O universo das artes marciais mistas ganhou novos contornos com as declarações recentes de Dana White, CEO do Ultimate Fighting Championship (UFC). O executivo, após desempenhar um papel significativo no apoio a campanhas políticas, especialmente a do presidente reeleito Donald Trump, decidiu se afastar do cenário político, expressando um descontentamento profundo com o que descreve como a “política nojenta” que permeia as campanhas eleitorais. Esse movimento de White acende um debate sobre a oscilação entre celebridades e o mundo da política, algo que cada vez mais intriga o público.
Na última entrevista concedida, White foi direto ao afirmar que não pretende mais se envolver em campanhas presidenciais futuras, ressaltando que ele “não quer nada a ver com política”. Essa declaração vem após uma trajetória de colaboração com Trump, onde White não hesitou em utilizar sua influência no UFC para apoiá-lo, atestando que seu apoio serviu para alcançar milhões de jovens eleitores, um segmento demográfico que frequentemente se mostra apático a exercícios políticos tradicionais.
Dentro do contexto dessa relação, White se tornou um dos principais aliados de Trump durante sua campanha, participando de eventos como a Convenção Nacional Republicana e interagindo com ele em encontros promissores, como a luta do UFC no Madison Square Garden. A evidente amizade entre os dois facilitou uma conexão estratégica, onde White utilizou suas redes de contatos para levar Trump a podcasts populares entre os jovens. Esses meios de comunicação, considerados “manosfera” ou “bro-casters”, permitiram que a mensagem de Trump ressoasse sem a filtragem crítica geralmente associado à cobertura midiática tradicional.
Em um tom bastante contundente, White não poupou palavras ao descrever suas experiências em envolvimento político, afirmando: “Estou nunca mais fazendo isso novamente. Quero nada a ver com essa m****. É nojento e repugnante.” Essa decisão de sair de cena sugere que a carga emocional e a frustração enfrentadas na esfera política pesaram mais do que a promessa de engajamento e influência, levando-o a reavaliar suas prioridades.
Com Trump direcionando sua atenção para o público jovem através de figuras influentes como Joe Rogan e outros, o apoio de White se destacava nesse movimento, que, segundo dados recentes do Pew Research Center, demonstrou que cerca de 40% dos adultos jovens de 18 a 29 anos consomem notícias através de influenciadores que frequentemente tendem a uma linha mais conservadora. Podcast e plataformas digitais proporcionam ao ex-presidente um canal de comunicação mais direto e menos adversarial do que as entrevistas tradicionais com a imprensa.
Após a reeleição de Trump, Dana White pôde ser visto celebrando ao seu lado em eventos como a festa de vitória em West Palm Beach, Florida. A conexão entre eles foi fortalecida não só no campo político, mas também nas raízes do sucesso inicial do UFC, onde Trump desempenhou um papel crucial em ajudar White a garantir locais para eventos nos primórdios da organização. “Ninguém merece isso mais do que ele, e sua família merece isso mais do que ninguém”, disse White durante a comemoração eleitoral, expressando admiração e solidariedade ao presidente reeleito.
Entretanto, o anúncio de White de seu afastamento da arena política representa um revés para os Republicanos, que esperavam continuar a explorar a ampla plataforma de uma das personalidades mais reconhecidas do entretenimento. Não houve retorno de um porta-voz de Trump sobre a decisão de White; no entanto, mesmo enquanto se retira das campanhas, o CEO do UFC ainda se posiciona ao lado de Trump, elogiando suas qualidades e resistência. “Donald Trump é mais forte e mais destemido do que qualquer um”, afirmou White, em um claro indicativo de que sua lealdade ao ex-presidente permanece inabalável, mesmo em tempos incertos.
Essa situação levanta questionamentos sobre a intersecção entre celebridades e política e o impacto que um personagem tão influente pode causar em uma campanha presidencial. À medida que Dana White distancia-se de atividades políticas, os olhos do público estarão voltados para ver quem, se é que alguém, se aventurará a preencher esse vazio deixado por uma figura tão proeminente nas interações entre o entretenimento e a política.