Na audiência realizada na última sexta-feira, a terceira solicitação de fiança para Sean “Diddy” Combs foi mais uma vez adiada até a próxima segunda-feira. O juiz Arun Subramanian solicitou informações adicionais sobre as condições propostas para a possível liberação do rapper sob prisão domiciliar, enquanto ele aguarda seu julgamento por acusações graves de racketeering e tráfico sexual, programado para maio do próximo ano.
Durante a sessão, o juiz sugeriu que ambas as partes submetessem propostas até o meio-dia de segunda-feira, especificando que tipos de comunicações Combs poderia manter caso fosse concedida a prisão domiciliar. Os promotores argumentaram que o icônico rapper “não pode ser confiável” no que diz respeito ao cumprimento das regras de libertação pré-julgamento. Em contraponto, a defesa afirma que suas propostas são “muito mais restritivas” do que as condições da prisão, incluindo a limitação de ligações a advogados, restrição de visitantes, manutenção de um registro de visitas e a proibição de contato com testemunhas.
Um vídeo amplamente divulgado, que mostra Combs agredindo sua então namorada, Cassie, em um hotel em Los Angeles, foi citado como um argumento que prova que o rapper poderia ser violento caso fosse solto. O advogado de defesa, Marc Agnifilo, refutou essa alegação, afirmando: “Se o que o governo teme é que o Sr. Combs vá ser violento com alguém, há uma probabilidade zero de isso acontecer”.
Combs se declarou inocente das acusações federais em setembro, e em uma declaração após sua prisão, seu advogado afirmou que o Escritório do Procurador dos EUA está perseguindo uma “prosecução injusta”. Agnifilo destacou o lado positivo do rapper, enfatizando que ele é um ícone da música, um empresário autodidata, um pai amoroso e um filantropo que construíra um império ao longo de 30 anos dedicado à sua família e à comunidade negra.
Para o final de semana, caso a solicitação de fiança não seja aprovada, Combs, de 55 anos, permanecerá detido no notório Centro de Detenção Metropolitano no Brooklyn até enfrentar um júri em Nova York por acusações de tráfico sexual e conspiração. Se condenado, o quase bilionário poderá enfrentar pelo menos 15 anos de prisão. Dois juízes já negaram solicitações anteriores para a liberação de Combs, citando o potencial de manipulação de testemunhas como a razão principal pela qual ele deve permanecer detido antes do julgamento.
Ao chegar ao tribunal na sexta-feira com um uniforme do MDC, Combs foi assistido por familiares que estavam na galeria. Seu advogado propôs uma fiança de US$ 50 milhões para sua liberação e a proposta incluiu condições extensivas, como segurança 24 horas para garantir que o rapper, considerado um risco de fuga, permanecesse na residência designada. No dia 15 de novembro, os promotores rejeitaram a ideia de permitir que Combs retornasse às ruas em um registro judicial, detalhando o mau comportamento do rapper na prisão, que se assemelha às condutas coercitivas das quais ele está acusado no caso federal e em diversos processos civis.
Os promotores alegaram que Combs fez “esforços incansáveis para contatar testemunhas potenciais, incluindo vítimas de abuso que poderiam fornecer testemunho contundente contra ele”. Sua equipe jurídica, em resposta, apresentou um documento judicial rebatendo as alegações, afirmando que os promotores haviam apreendido o que deveria ser material protegido por advogado, incluindo anotações manuscritas do rapper sobre testemunhas de defesa e pensamentos relativos às estratégias legais para seu iminente julgamento. Um juiz, esta semana, decidiu que os promotores deveriam excluir imagens dessas anotações, cuja leitura foi proibida na audiência de fiança realizada hoje.
Diante de tamanhas turbulências e acusações, fica a pergunta: até onde a fama pode levar uma pessoa? Sean “Diddy” Combs, que por décadas esteve no topo da indústria da música como um dos mais influentes empresários e artistas, agora se vê em uma batalha legal que poderá definir não apenas sua carreira, mas também sua liberdade pessoal.