Sean “Diddy” Combs, o renomado artista e empresário, ainda aguarda uma decisão crucial sobre seu pedido de fiança em um tribunal federal de Manhattan. Embora a audiência realizada na última sexta-feira, 21 de novembro, não tenha resultado em uma determinação imediata, o juiz Arun Subramanian expressou sua expectativa de tomar uma decisão até a próxima semana. Aos 55 anos, Combs compareceu ao tribunal vestindo um uniforme de prisão em tom caqui, acenando para sua família, que estava presente para apoiá-lo, incluindo suas filhas gêmeas de 17 anos, que observaram tudo da segunda fila.

O clima na audiência foi tenso e durou duas horas, com o juiz Subramanian requerendo que tanto o escritório do promotor dos EUA quanto a equipe de defesa fornecessem mais esclarecimentos sobre como Combs tem se comunicado enquanto está detido nos últimos dois meses, desde sua prisão sob a acusação de tráfico sexual, extorsão e transporte ilegal. O juiz fixou um prazo até as 12h (horário do leste dos EUA) do dia 25 de novembro para que as partes apresentassem as informações solicitadas.

Combs está sob custódia no Centro de Detenção Metropolitano no Brooklyn desde sua acusação em setembro. Ele se declarou inocente das acusações. A situação de Combs se tornou mais complicada após duas decisões de juízes anteriores que negaram sua fiança, citando preocupações sobre a possibilidade de ele tentar manipular testemunhas. Os promotores alegaram que, mesmo na prisão, Combs teria feito esforços para intimidar testemunhas, incluindo vítimas que poderiam fornecer depoimentos incriminadores contra ele. Documentos apresentados pela acusação afirmam que Combs utilizou cartões de acesso telefônico de outros detentos para entrar em contato com pessoas, incluindo seus filhos.

A acusação ainda sustenta que Combs liderou uma “campanha implacável” para “chantagear” testemunhas enquanto estava na prisão. Essa alegação foi feita em resposta ao pedido de fiança da defesa, que descreveu o caso do governo como “frágil” e sugeriu condições estritas para a liberação, incluindo uma fiança de 50 milhões de dólares. O clima de incerteza ao redor da situação judicial de Combs se intensificou ainda mais durante a audiência, que foi a segunda em que ele compareceu nesta semana. Na terça-feira, 19 de novembro, foi decidido que as evidências obtidas pela acusação durante uma busca na cela de Combs não seriam consideradas na audiência de fiança, o que representou uma vitória para a defesa.

Os advogados do cantor chamaram a operação de busca realizada pelo Bureau of Prisons de “conduta governamental ultrajante” e uma “violações do devido processo legal”. Em contrapartida, a acusação defendeu que a operação foi planejada antes da prisão de Combs, não estava relacionada ao caso e não mirava quaisquer presos específicos. Durante a busca, foram encontrados 19 páginas de notas que os advogados de Combs alegaram serem materiais legais, implicando em um privilégio. As autoridades de acusação foram forçadas a destruir suas cópias dessas notas, apesar de argumentarem que a maioria das evidências obtidas não era privilegiada.

As acusações contra Combs giram em torno de performances sexuais supostamente orquestradas, conhecidas como “freak offs”, em que mulheres eram forçadas ou coagidas a participar com trabalhadores sexuais do sexo masculino. Durante suas primeiras aparições judiciais, Combs foi levado algemado. No entanto, na audiência da terça-feira e novamente na sexta-feira, o empresário apareceu livre de algemas, após a defesa alegar que essa prática poderia criar “preconceito entre os jurados”. A tensão em torno do caso de Combs reflete não apenas a seriedade das alegações, mas também o impacto potencial que a decisão sobre sua fiança pode ter em sua vida pessoal e carreira. É um momento crítico que pode determinar os próximos passos tanto para ele quanto para as vítimas que alegam ter sido prejudicadas.

Se você ou alguém que você conhece foi vítima de agressão sexual, é crucial buscar ajuda. Contate a Linha Nacional de Assistência a Vítimas de Agressão Sexual pelo telefone 1-800-656-HOPE (4673) ou visite um site confiável dedicado ao apoio às vítimas.

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